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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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Uma despedida de Dona Hermínia, pensando em mães fortes no cinema

De alguma forma, Aurora Greenway, de Laços de Ternura, abriu caminho para a mãe mais famosa do cinema nacional, mas sem as risadas que tanto nos ajudaram

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 7 Maio 2021, 14h00 - Publicado em 7 Maio 2021, 13h57

Estava pensando sobre a coluna dessa semana quando a Covid-19 nos privou do talento de Paulo Gustavo, depois de mais de 50 dias de luta no hospital contra um vírus implacável. A intenção era evitar falar da óbvia ligação de mãe no cinema, mas sem Dona Hermínia e com o coração doendo, não pude evitar o tema.

Primeiro, sempre me ocorreu que a minha mãe não é uma peça, nem um filme. Linda, amorosa e disciplinadora, ela é uma das minhas melhores amigas e nunca a vi representada nas telas. De certa forma, sempre achei curioso que na ficção as mães mais conhecidas tenham sido as intensas, complicadas e destemperadas.

Com a estabilidade como exemplo, observei distante todos os dramas sem me identificar com eles. Talvez Diane Keaton tenha chegado perto de representar a minha mãe, mas ela não é a primeira que me vem à mente quando se pensa em maternidade no cinema.

A mais marcante mãe em um filme, para mim, é representada por Shirley MacLaine em mais de uma produção. Em 1977 ela estrelou um dos meus favoritos, Momento de Decisão, onde era uma mãe ex-bailarina de temperamento forte e relação conflituosa com sua filha mais velha. Foi indicada ao Oscar, mas perdeu.

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Em 1983, ela deu vida à outra mãe de temperamento forte e relação conflituosa com a filha, Aurora Greenway, em Laços de Ternura, e dessa vez não houve como tirar dela a estatueta. “Eu mereço”, ela disse no discurso de agradecimento. Era verdade.

A atriz Shirley MacLean Beaty, em 1960
A atriz Shirley MacLean Beaty, em 1960 (Divulgação/Divulgação)

A sequência de Laços de Ternura, que ficou clássica, mostra Shirley MacLaine perdendo o controle no hospital, pedindo às enfermeiras que aliviassem a dor de sua filha (Debra Winger). Qualquer um que teve algum parente internado em quadro grave pode se identificar com o desespero e desafia qualquer coração. É uma entrega absoluta de uma grande atriz em um maravilhoso papel.

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Aurora Greenway tem muito de Dona Hermínia, porém sem risadas. Consigo imaginar Dona Hermínia fazendo ainda mais escândalo para proteger sua prole, mas nos faria rir.  E rir, mesmo em momentos de dor, é uma resistência necessária contra o absurdo. Estava aí um dos segredos de Paulo Gustavo e sua personagem mais famosa. A empatia que tínhamos por ela foi por mérito e talento dele, que sabia comunicar sem palavras o que movia a personagem. Alguém, aliás, lembrava que Dona Hermínia era Paulo Gustavo? Eu não!

Agradeço ter a possibilidade de rever no Telecine os três filmes Minha Mãe É uma Peça, assim como Diane Keaton em Minha mãe Quer Que eu Case (outra mãe estilo Dona Hermínia). Laços de Ternura é um pouco mais difícil, mas no Now pode ser alugado também. Quem ousar, prepare os lenços. E que o Dia das Mães em 2021 seja com mais esperança para todas.

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