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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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Estilista fala dos desafios dos figurinos de The Crown e Game of Thrones

Michele Clapton, vencedora do Emmy acaba de lançar um livro sobre o trabalho em Game of Thrones e fala exclusivamente com CLAUDIA

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 21 nov 2019, 23h33 - Publicado em 21 nov 2019, 21h30

O que a Mãe dos Dragões, Rainha dos Sete Reinos tem a ver com a Elizabeth II? Fácil: figurino. Sim, a premiada designer inglesa, Michele Clapton assina  todas as belíssimas roupas das séries The Crown e Game of Thrones, assim como dos filmes Mamma Mia e The Kingsmen. Unanimidade entre fãs e profissionais, ela conversou com CLAUDIA sobre os trabalhos tão marcantes e diferentes de produção.  Baseada em Londres, Michele às vezes conta com uma equipe de 80 a 90 pessoas, mas também cuida pessoalmente de algumas peças.

CLAUDIA: Você sempre gostou de trabalhar com moda?
CLAPTON: Sim. Quando era criança, eu fazia as roupas para minhas bonecas, com panos e toalhas! Quando pude, passei a comprar tecidos, eu mesma fazia minhas roupas para sair à noite.  

CLAUDIA: E se inspira mais em algum designer em particular?
CLAPTON: 
Vivienne Westwood, John Galliano, Hussain Chalayan… por seus cortes impressionantes e  inovadores. Em termos de figurino, John Bright por seu conhecimento e generosidade de dividir o que sabe. Mas me inspiro também em tudo que me cerca: natureza, arte, trabalhos, livros, conversas. Me inspiro no Green Peace e outras organizações que estão tentando nos ajudar a parar de destruir o planeta…  

CLAUDIA: Quais foram os caminhos que a levaram ao cinema e séries?
CLAPTON: Eu comecei tarde porque já tinha uma carreira de estilista no mundo da moda, era mais fácil para mim para poder cuidar da minha filha porque demanda menos do seu tempo. Comecei na TV porque sempre fui atraída pelo story telling… É tão criativo e eu amo escolher um grupo de pessoas que me ajuda a realizar as minhas idéias. Viramos como uma família, mas o lado ‘ruim’ da TV, é que são muitas horas de trabalho e envolve viagens além das horas nos estúdios, nós acabamos sentindo saudades das nossas famílias e amigos.

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Recriar o vestido de casamento de Elizabeth II foi um dos maiores desafios em The Crown (Divulgação/Netflix)

CLAUDIA: O trabalho de reconstituição de época em The Crown, que chegou à terceira temporada, é impecável. Qual peça você considera a mais icônica e como foi recriá-la?
CLAPTON: Recriar o vestido de casamento de Elizabeth foi épico.  Detalhes eram importantes, mas na verdade a minha peça favorita foi um vestido que criei para Margaret, um vestido para noite com bolsos. Tinha a atitude certa!

CLAUDIA: Quanto tempo de pesquisa foi necessário?
CLAPTON: Tive muito tempo para pensar sobe o projeto e sabia antes que iria trabalhar nele, mas ainda tinha que terminar um outro filme antes então eu me atrasei para entrar na produção… e cheguei cansada… e meu querido pai faleceu então foi uma série difícil para mim, são muitas emoções no processo…

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CLAUDIA:  Uma curiosidade: você teve acesso às jóias verdadeiras ou vestido?
CLAPTON: Eu pude ver de perto algumas roupas originais da Rainha Mary, o que foi muito legal.

CLAUDIA: As roupas usadas pela família Real em momentos íntimos são todas peças originais criadas por você e com isso, com maior liberdade de criação… como foi pensar em cada roupa?
CLAPTON:  Eu uso o roteiro e meu entendimento das emoções das personagens para criar. Nesse caso também pude  ler sobre os verdadeiros personagens, tinha tanta informação disponível para ajudar!

CLAUDIA: Em algum momento se preocupou se alguém da família iria criticar suas escolhas?
CLAPTON: Não porque é dramatização, não um documentário! 

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Os detalhes dos bordados e símbolos nas roupas de Game of Thrones renderam vários Emmys à Clapton (Divulgação/HBO)

Em setembro, Clapton ganhou o Emmy de Melhor Figurino por Game of Thrones. Todo esse trabalho está reunido no livro, Game of Thrones: The Costumes, que está à venda desde o dia 12, no site da Amazon (compre aqui). O preço ainda está salgado (75 dólares, algo em torno de 350 reais), mas mostra todos os detalhes que nem sempre ficavam claros, e comprova o riquíssimo trabalho de pesquisa e execução de Clapton e sua equipe. No livro, ela explica a visão de cada personagem e roupa, com explicações que ajudam a entender o espírito de cada um a cada temporada. Ela divide as histórias, o trabalho e as ideias que surgiram em sua criação. Nós falamos sobre a série também. 

CLAUDIA: Antes de mais nada, você era uma das pessoas que sabia o final da série e guardou segredo por quase um ano antes da exibição. Como foi viver sob essa pressão?
CLAPTON: Quando chegou à temporada final ficou muito pior, mas eu bloqueei a informação. Não falei nem para o meu marido! Não podia! E normalmente eu sou a pior pessoa para guardar segredos! Algumas pessoas me perguntavam, mas pareciam que só queriam me testar, não exatamente buscavam a verdade.

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CLAUDIA: A série surgiu um pouco antes do movimento de emponderamento feminino e se adaptou aos poucos. Como essa questão se refletiu no que elas vestiam?
CLAPTON: Todo meu trabalho depende do roteiro e eu tento interpretar e depois criar em cima da história de cada personagem. Tento dar um suporte às circunstâncias e a história, às vezes sinalizando como se sentem. Os figurinos falam com o público: às vezes eles cochicham e às vezes gritam!

Mesmo com uma equipe, frequentemente Clapton cuidava pessoalmente dos detalhes dos figurinos (Divulgação/HBO)

CLAUDIA: No caso de Daenerys a mudança radical de sua história no final, você discutia suas escolhas com os show runners?
CLAPTON: Sim, sempre discuti tudo com David [Benioff] e Dan [Weiss], nós concordávamos na maior parte das vezes, às vezes quando achava que não iriam gostar eu tentava esconder um pouco! (risos) Mas eles sempre viram tudo. Às vezes me surpreendiam e gostavam de algo que jamais imaginaria que gostariam. Eles são ótimos para se trabalhar e me deram espaço para desenvolver idéias. Eles confiam na equipe.  Todas as roupas refletiam o estado de espírito das personagens.

CLAUDIA: Como a roupa de Sansa na batalha de Winterfell?
CLAPTON: Sim. Estava influenciada pelas armaduras japonesas e como elas se sobrepõe. O cinto era como Sansa estava mostrando o controle sobre seu corpo, ela foi violentada no passado, agora simbolicamente estava dizendo que não deixaria isso se repetir. O círculo é frequentemente usado para representar unidade e comprometimento, é associado à força feminina. A corrente representa o sentimento de prisão que ela tinha e a ‘agulha’ é a ligação que não apenas dá a voz a ela na costura mas também a força da irmã que ela não compreendia antes.

CLAUDIA: Como foi fazer o livro com todos esses detalhes e mais?
CLAPTONHBO me pediu para fazer e foi difícil porque estava trabalhando direto em Kingsmen, mas as fotos são lindas e espero conseguir descrever bem tudo!

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