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Uma música para Suécia – conto de Amor e Sexo

Suécia canta em casamentos. Num deles, se apaixona pelo noivo e logo nota que a atração é recíproca e os dois ficam juntos durante a festa

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 20 jan 2020, 14h25 - Publicado em 6 dez 2010, 21h00
Carminha Nunes (/)
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Suécia ficou encantada com o noivo e com
a cerimônia, pois tudo estava lindo
Foto: Getty Images

Achava aquele ritual tão lindo… Era o terceiro casamento daquela tarde quente de março do qual participava. Eu ficava ao lado do altar, com o vestido longo e rosado de sempre. Logo que a cerimônia começava e os convidados diminuíam os cochichos para, afinal, prestar atenção na cerimônia, nós começávamos nossa tarefa. Bem, deixe que eu me apresente a vocês: meu nome é Suécia.

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Isso mesmo: igualzinho aquele país da Europa. Sou cantora e ganho a vida num coral de casamentos. Na verdade, faço solos. Entre as mais pedidas: Ave Maria e uma do Elton John que, embora saiba a partitura dela de cor, nunca me lembro do nome. Há cinco anos decidi largar a vida de secretária bilíngue pela carreira musical. Achava o trabalho gostoso, mais rentável e sempre me proporcionava a possibilidade de fazer novas amizades.

Enquanto soltava o gogó, homens e mulheres trocavam beijos, alianças e juras de amor. Nossa, o que eu via de moças indo às lágrimas enquanto eu cantava! Marmanjos, também. Confesso que, muitas vezes, até eu mesma me emocionava. Pode?! Por ser o terceiro matrimônio do dia, aquele também seria o último. A menina que havia me contratado – uma amiga do noivo – era minha colega do ensino médio. Por isso, além de animar o casório, entraria de “penetra” na festa, dançaria um pouco, comeria uns bem-casados… Mas ainda ia demorar.Nem o noivo tinha chegado à igreja!

A meu redor, além dos convidados, fotógrafos e cinegrafistas. Fiquei me distraindo com o desfile de vestidos brilhantes, mais adequados para uma noitada do que para um casamento diurno. Passados cinco minutos, padrinhos e madrinhas – em quantidade suficiente para montar dois times de futebol – entraram e se postaram em seus lugares. Então, Enrico, o barítono, piscou para mim. Era o sinal de que logo o noivo despontaria ao lado da mãe.

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A porta da igreja se abriu e duas pessoas ficaram ali, paradas. Relembrei, rapidamente, a lista de músicas da cerimônia. Quando deram o primeiro passo, comecei a cantar Memory, da Barbra Streisand. Conforme eles se aproximavam, passei a perceber que o moço parecia bem bonitinho. Quando chegaram perto do altar, dei-me conta do quanto era lindo. Não, era mais do que isso. Muuuito mais do que isso.

Sua mãe, uma senhora com um balayage lilás no cabelo, deu um beijo nele e o deixou sozinho no altar. Entretida com sua imagem, até engasguei. Enrico me lançou um olhar fulminante e tratei de me recompor rapidamente. Continuei a cantar. Porém, mais trêmula do que nunca. Que gato era aquele homem: alto, fofinho na medida certa, a pele branca e o cabelo castanho arrepiado. Os olhos esverdeados e os lábios de um rosado suave completavam seu rosto impressionante. Eu o “sequei” tanto que ele, finalmente, notou minha presença. Para meu espanto, abriu um sorriso tímido.

Com todo o cuidado do mundo, olhei para os lados para ver se era mesmo comigo. Meu Deus: era. Acabei de cantar. Pelo cronograma da cerimonialista, estava mais do que na hora da noiva entrar. “Sortuda”, pensei, quase com inveja dela, que tinha um cara tão maravilhoso à sua espera. Enrico e Vanessa começaram a entoar a Ave Maria. Em silêncio, continuei fitando o noivo. E ele, mais uma vez, direcionou seu olhar para mim. Alheio a todos, me encarou por longos instantes. Desta vez, com um sorriso diferente.

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Então, surgiu à porta uma moça com rosto e corpo dignos de modelo. Estava linda, irretocável num modelo que devia ter custado dinheiro que eu não juntaria nem em um ano de trabalho. Seu pai, de smoking, segurava sua mão rumo ao altar. Enquanto ela se aproximava sorridente, a passos muito, muito lentos, seu noivo dividia o olhar ansioso com a futura esposa e… também comigo. 

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