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Casei de preto em uma sexta-feira 13

Cumpri a promessa feita na infância e me casei com um vestido negro

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 12h40 - Publicado em 27 out 2008, 21h00
Daniele Zebini (/)
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Convidados e até o padre não conseguiram 
esconder a cara de espanto!

Foto: Arquivo pessoal 

Meus convidados não esconderam o espanto quando entrei de vestido preto na tradicional igreja paulistana Sagrado Coração de Jesus. Era uma sexta-feira 13. A emoção não me deixava ver as pessoas direito. Mas consegui enxergar a cara do Eduardo, meu noivo, lá no altar. E que cara! Surpreso, ele olhava para o padre, que brincou: “Se quiser fugir, ainda dá tempo”. Na hora, só ouvi os rumores. Quando as fotos chegaram, dei boas risadas com a cara de susto dos meus convidados.

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Não tenho roupa branca. Aliás, já vesti preto até no Réveillon! Hoje, se eu passar o Ano-Novo na praia, evito o preto. Todo mundo fica olhando. Nesse caso, uso cor-de-rosa ou azul. Mas branco, nunca! Preto é minha cor preferida. Desde a adolescência eu dizia que queria me casar de preto. Mas só a minha mãe soube que eu iria cumprir a promessa.

E achou melhor eu não contar pra ninguém. Não falei nem pro meu pai. Muito menos pro Eduardo. Às vezes, homem é mais fofoqueiro que mulher. Para despistar, menti. Disse que o vestido ia ser marfim. Mas até o meu estilista torceu o nariz para o preto. Ele me fez provar vários vestidos coloridos – verde, azul, vermelho… Mas quando vesti o preto ele reconheceu: “Essa é a cor!”

Padre, é pecado casar de preto?

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Só que antes de mandar costurar meu vestido preto eu precisava da bênção do padre. Fui falar com ele, que foi nosso professor na época do liceu. Eu e o Eduardo nos conhecemos na escola e namoramos por seis meses quando eu tinha 14 anos e ele 17. Mais tarde, aos 20 e 23, nos reencontramos, namoramos por quatro anos e resolvemos nos casar na igreja do colégio onde a gente se conheceu. Então, eu disse ao padre: “Tô pensando em casar com um vestido colorido”.

Não tive coragem de falar preto logo de cara. “Não gosto de cor clara. Tem que ser cor escura, assim, azul-marinho, verde-musgo, preto…” Ele não se opôs. Ao contrário, lembrou que em alguns vilarejos de Portugal e da Itália é tradição casar de vermelho ou de preto. “Por mim, não há problema. A Igreja não vai causar empecilho”.

Daí, eu mandei bala no vestido. A sexta-feira 13 não foi planejada. Meus pais faziam bodas de prata no dia 17 de fevereiro de 1998 e decidimos comemorar juntos. Só que dia 17 caía numa terça-feira – as pessoas não iriam aproveitar a festa. Fui com meu noivo à igreja para decidir a data. Estava tudo reservado. Até que o sacristão olhou melhor e disse:

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– Tem essa sexta aqui, mas é dia 13. Ninguém marca neste dia.
– Por quê? Por causa da sexta-feira 13?
– É.
– Pra mim não tem problema. Pode marcar.
– Não faz isso! Dá azar. Nessa hora o Eduardo não se conteve e entrou na conversa:
– Ah, Vanice, se ele tá falando, é melhor a gente pensar em outra data. Insisti e saí da igreja de casamento marcado. Até o sacristão eu convenci.

A camisola da noite de núpcias era preta

Quando entregava o convite e as pessoas viam a data, perguntavam: “Sexta-feira 13?”. Eu dizia que não tinha superstição e o assunto morria ali. Mas o melhor foi que eu acabei gastando muito menos. Tive dois horários na igreja e só paguei por um – ninguém se casou naquela sexta. Tive desconto na decoração porque fui a única cliente do dia. Não precisei reservar o bufê com antecedência e escolhi o salão que eu queria. Sem estresse. Que sorte!

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Meu casamento foi perfeito. A camisola da noite de núpcias? Sim, claro, era preta. Hoje, com oito anos e dez meses de casamento, somos muito felizes. No ano passado tivemos a Maria Luísa. Ela nasceu no dia 13 de novembro! O enxoval dela foi branco, lilás e rosa. Mas sinto falta de um pretinho básico. Ficaria chique, né?

 

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