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Seu filho briga o tempo todo com o pai?

Chantagens, críticas e outros problemas que interferem na relação entre pai e filho. Saiba como evitar que eles vivem em guerra.

Por Suzana Lakatos (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 02h26 - Publicado em 20 abr 2014, 22h00

 

Ele está com 15 anos e não consegue ter uma conversa civilizada com o pai. O clima em casa fica tão tenso que me fazem de pombo-correio quando um precisa dizer algo importante ao outro. Tenho medo de que se peguem. O que eu posso fazer para evitar isso? (pergunta enviada por leitora)

Culturalmente, o pai representa a autoridade na família. Só isso já basta para que, entre 12 e 15 anos, os adolescentes dediquem um esforço especial para combatê-lo. De uma hora para outra, ele vira um ser que faz tudo errado, digno apenas de olhares de desprezo. Apesar desse bombardeio, a verdade é que, nessa fase, a figura paterna ganha uma importância equivalente à da mãe durante a infância.

No modelo familiar tradicional, enquanto ela se preocupa com as condições do presente (se o filho comeu, quem são os seus amigos), o pai foca o futuro questionando se o jovem está preparado para enfrentar desafios.
Na infância, a identidade se baseia na percepção do próprio corpo e na ligação com a família – pergunte à criança quem ela é, e a resposta será: “Sou filho de fulano”. A partir da adolescência, o filho deixa de se ver como extensão dos pais. Percebe que suas ideias, sentimentos e atitudes são únicos e individuais. Também seu corpo muda muito rapidamente. Assim, de repente, as duas principais referências que tinha de si mesmo já não bastam para definir quem ele é. Vem a famosa crise de identidade, acompanhada de uma revolução hormonal que traz sensações desconhecidas e favorece o aumento da agressividade. Começa então um esforço para afirmar essa individualidade recém-descoberta – o que costuma envolver uma dose de oposição aos pais.

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Se o pai for capaz de abrir mão da posição de mando para adotar a de conselheiro, pode ser o início de uma relação muito bonita. Acontece que, para um grande número de homens, parece inconcebível ver sua autoridade questionada. Em resposta, alguns adolescentes se submetem, mas outros começam a aprontar. Novamente, cabe ao adulto contornar os conflitos. Ele é que possui (ou deveria possuir) a maturidade necessária para compreender a situação e dar o primeiro passo rumo ao diálogo. Abrir o coração é a saída para reatar um relacionamento importantíssimo para o desenvolvimento do jovem.

Também a mãe tem um papel nessa mudança: mostrar ao marido os pontos em que ele está sendo intransigente e convencer o filho de que ninguém ali tem vocação para monstro. Quando nada disso dá resultado e instala-se um clima de indiferença, é preciso recorrer a uma terapia familiar. O rompimento da relação de afeto dificilmente pode ser revertido sem ajuda especializada. E o prejuízo é incalculável para o adolescente, que fica privado do convívio saudável com o modelo mais importante para a construção de uma vida adulta plena.

Fonte: Miguel Ângelo Perosa, psicólogo clínico, professor de psicologia da adolescência da Puc-Sp e autor do livro descobrindo a si mesmo: a passagem para a adolescência (com previsão de reedição para este ano).
 

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