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Ser mãe solteira ou só com parceiro? Você pode ser mãe como quiser

Duas mulheres, dois caminhos: a maternidade como ela pode ser. Adriana é solteira, adotou seu filho e adaptou sua rotina de trabalho. Sayuri é mãe biológica, casada e largou a carreira para se dedicar à família. O que as duas têm em comum? A consciência de que são livres para fazer as suas escolhas!

Por Estúdio ABC
Atualizado em 27 out 2016, 22h41 - Publicado em 12 set 2016, 14h01

Foi pelo pé que Adriana Mariani, 45 anos, reconheceu o filho pela primeira vez. O bebê morava na baixada fluminense e estava dormindo com a coberta sobre o corpinho miúdo quando ela entrou na sala do abrigo. Felipe, então com nove meses, aguardava ser adotado. Adriana esperava adotar – estava na fila havia três anos, cinco meses e doze dias. Havia conhecido outra criança, em São Paulo, mas sentiu que ainda não era a dela. Com Felipe, foi todo o contrário. Bastou bater o olho no pezinho, a única parte à vista dentro do berço, e desatar a chorar. “Chorei tanto que acordei o menino! Tive certeza absoluta de que era meu“, diz.

Hoje Felipe tem 5 anos e a mãe se diz realizada. “Não é que ele me completa, ele me transborda“, conta a aeromoça, que fez mudanças nas escalas do trabalho para se adaptar à maternidade. “Primeiro saí dos voos internacionais, depois fiquei só na ponte aérea e, hoje, não voo mais.” Apesar da responsabilidade grande, Adriana não sente falta de um companheiro na tarefa de criar o filho. Teve namorados, mas nenhum sério a ponto de virar pai de sua família. “Sou idealista. Se puder resolver do jeito que a sociedade quer, ótimo. Se não, é do meu. Quem tem de estar feliz somos eu e meu filho.” Ela e Felipe agora aguardam uma irmãzinha, que virá do mesmo jeito que o primogênito.

Para a psicanalista Thaís Thomé Marques, a escolha depende da coragem para assumi-la. “Embora culturalmente a sociedade julgue que a mãe não possa realizar essa função sozinha e ressalte a importância do apoio emocional do pai para auxiliá-la, o que não deixa de ser verdade, ainda assim ela pode seguir sua intuição”, afirma. Cuidar de alguém é uma missão que pode ser exercida tendo parido ou não, sozinha ou a dois. “Depende da disposição para desenvolver uma ligação afetiva a partir da capacidade de amar“, diz Thaís.

Renata Miwa
Renata Miwa ()

É por isso que, mesmo tão diferente, a história de Adriana se parece com a de Sayuri Kobaiashi, 47 anos. Mãe de dois filhos, Pedro e Vitor, hoje com 12 e 9 anos, há quase uma década ela decidiu abandonar a carreira de relações públicas em uma multinacional para se dedicar integralmente à família. Leva os meninos a seus compromissos (está na fase “mãetorista”), acompanha as tarefas escolares e aproveita os dias intercalados em que a escola vai até a tarde para ter conversas particulares com um e, depois, com outro. “Me sinto tranquila com minha opção. Fico cansada, mas dificilmente estressada”.

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Para viver nesse formato, Sayuri conta com o marido, Ricardo, com quem divide a vida e a criação dos filhos em papéis diferentes. Ele trabalha fora todos os dias e sustenta financeiramente a família. Ela cuida dos meninos em casa. “O que mais gosto do modelo pai e mãe é a sensação de partilha. Quando era solteira-workaholic-louca-por-independência, sentia que carregava um peso sozinha, e olha que nem tinha filhos! O casamento e, principalmente, a maternidade me fizeram sentir que dividir por dois soma mais do que multiplicar por um.” Ela não se importa de ser tachada de careta. “Quero criar bons pais e maridos. E, sozinha, eu não conseguiria. Preciso de um bom modelo dentro de casa. Felizmente, encontrei!” 

Segundo a psicanalista Thaís, a opção pode ser encarada como um investimento no mundo. “Uma maneira de contribuir para que se torne um lugar melhor, se fizer da presença ao lado do filho um estímulo para que enxergue a realidade e consiga se tornar um ser confiante e pensante”, afirma.

De uma maneira ou de outra, não quer dizer que a vida não precise de ajuste ou não cobre o seu preço. Sayuri fez adaptações ao longo do caminho e Adriana sente, às vezes, uma sobrecarga. Assim são as decisões. “É interessante ter a liberdade de constantemente repensar nossas escolhas. Porque daí, sim, estaremos em consonância com os movimentos vitais da existência, que a todo o momento está nos oferecendo outras formas de enxergar a vida”, diz Thaís. O essencial é que cada família seja construída com laços fortes de carinho e de responsabilidade, que independem de qualquer padrão social.

Acervos pessoais
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