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Quem vai cuidar dos nossos pais?

De repente, percebemos que eles envelheceram e precisam de ajuda. Ficaram doentes, viúvos, deprimidos ou, simplesmente, solitários. Enquanto isso, a vida está a mil: carreira, marido e filhos exigindo atenção total. Como fazer para enfrentar o dilema

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 28 out 2016, 00h06 - Publicado em 27 mar 2014, 22h00

O modo de encarar a velhice está mudando totalmente.
Foto: Getty Images

Basta falar de pai e mãe para que as mais variadas emoções entrem em cena. Mas o que fazer quando eles necessitam de ajuda? “Não existe resposta pronta”- adverte a psicóloga Graziela Zlotinik Chehaibar, especializada em mediação familiar. “É preciso construí-la, de preferência com os pais.” Para começar, podemos evitar alguns erros que são cometidos com frequência, como o de tratar os idosos como inválidos. “Suponhamos que seu pai more sozinho e não tenha mais condições de dirigir. Não é por isso que você vai passar a fazer tudo por ele. O ideal é incentivá-lo a manter a autonomia – ele não ficou incapaz, só não pode mais usar o carro.”

O sucesso de cada empreitada de reorganização familiar depende de se fazer um balanço entre as vontades e necessidades dos pais e a real disponibilidade dos filhos. Às vezes, uma filha decide levar o pai para casa. Mas será que ele deseja a mudança? Será que o genro e os netos estão abertos à possibilidade? Todos têm de ser envolvidos no processo, pois a vida doméstica será remodelada. Tudo deve ser conversado – caso contrário, não vai funcionar, como os especialistas são unânimes em garantir.

Não alimente ilusões nem sinta culpa

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Diante de grandes decisões, algumas ilusões familiares podem ir por água abaixo, como a expectativa de que os irmãos dividam igualmente responsabilidades e despesas. Um filho que teve problemas com os pais durante a vida toda, por exemplo, com certeza enfrentará conflitos se for chamado a cuidar deles. “Morar junto, nessas circunstâncias, pode ser um inferno”, pondera Graziela. Em caso de doença que afeta a lucidez, o impasse é ainda maior. “No mínimo deve haver um treinamento da pessoa que for tomar conta do idoso, senão ela também adoece”, diz a psicóloga. Embora o asilo possa ser uma saída, é malvisto pela sociedade.

Não raro as famílias relutam, pois confundem a opção com abandono – na verdade, porém, o que define o abandono não é o local em que o idoso está, mas como ele é tratado. Muitos não têm amparo no próprio lar… “Ao enfrentar o dilema, tente ser objetiva, discernir o que a situação pede e fazer o melhor que puder. Isso será útil para todos, pois culpa não adianta, só paralisa”, esclarece Graziela.

Qual é a obrigação dos filhos?

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Com o aumento da expectativa de vida, as novas gerações começam a se preparar melhor para o futuro cuidando da saúde, do plano médico, da previdência privada… e também da cabeça, pois o modo de encarar a velhice está mudando totalmente. E isso vai se acelerar, segundo a antropóloga Elizabeth Mercadante, “O script tradicional dizia que os filhos eram responsáveis pelos pais, mas esses valores estão em plena revisão”, afirma a antropóloga. Um dos motivos é que a família deixou de ser idealizada. “Dentro de casa podem existir desleixo e violência. Morar com parentes nem sempre é sinônimo de qualidade de vida”, aponta. Por outro lado, nos dias de hoje o afeto filial não pode ser medido pela disponibilidade: “Você trabalha o dia todo, mal tem condições de cuidar de si mesma, precisa montar o maior esquema para educar os filhos, como poderia se responsabilizar pelos pais?”, pergunta Elizabeth.

Um jeito positivo de envelhecer

Menos dependência e mais autonomia: esse é o segredo para quem deseja outro tipo de envelhecimento. Como levar os pais a se encaminharem nessa direção? Estimule sempre que eles criem outros laços além da família. Tanto Graziela quanto Elizabeth salientam a importância dos amigos e dos programas sociais e culturais – jogar, praticar esporte, começar um curso, ir à igreja ou ao cinema. Além de satisfação com tais atividades, as pessoas sentem que fazem parte do mundo – é uma ótima tática contra a solidão e o tédio. A aposentadoria também não precisa ser levada ao pé da letra. “Ocupações triviais, como cozinhar, ajudar a cuidar dos netos, resolver as pendências bancárias… tudo isso faz com que o idoso sinta-se útil e independente, alimentando sua confiança e autoestima”, assegura Graziela.

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