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Filho de porteiro responde à festa que riu de profissão do pai

Com texto que viralizou no Facebook, paulistano criticou o preconceituoso evento "Se Nada Der Certo" de uma escola do Rio Grande do Sul

Por Maria Beatriz Melero Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
9 jun 2017, 13h22

Nos últimos dias, a festa Se Nada Der Certo, promovida pelos secundaristas da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), no Rio Grande do Sul, acalorou discussões nas redes sociais pela proposta do tema do evento.

Típica comemoração dos alunos do 3º ano da escola, a festa propõe que o estudantes se fantasiem de profissões que eles julgam ser “alternativas” caso nada desse certo em suas vidas profissionais.

Entre as funções escolhidas pelo adolescentes o evento 17 de maio estavam faxineiro, cozinheiro, mecânico, porteiro, entre outras profissões, como se elas fossem inferiores às carreiras diplomadas.

Incomodado, o consultor Marcio Ruzon, 38 anos, decidiu se pronunciar sobre o assunto em seu perfil no Facebook. Filho de porteiro, o paulistano publicou um texto em sua conta na rede social na última segunda-feira (5), que se tornou um viral.

Nele, Ruzon conta como se sentiu ao descobrir a existência de uma festa que debocha de profissões como a que seu pai desempenhou a vida inteira e ainda a exerce para sobreviver.  “Falando do meu pai, ele trabalhava feito um condenado (aliás, mesmo depois que se aposentou teve que voltar à portaria pra completar a renda). O que meu pai recebia de salário era uma mensalidade que as famílias ‘que deram certo’ pagam pra vocês ensinarem essa ética (ou falta dela) aos estudantes.”

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O consultor ainda conta de sua própria experiência como porteiro e como era árduo o exercício da profissão. “Vi o que é você comer em pé ou no banheiro porque não tem ninguém pra substituí-lo nos intervalos. Cansei de atender pessoas na guarita enquanto mastigava um ovo frio.”

Leia mais: Em carta emocionante, garotinha autista dá uma lição sobre estigma e preconceito

No texto, ainda enfatiza como profissionais como porteiros e outros que serviram de “fantasia” para o evento do colégio são necessários para o funcionamento das cidades. “Fique um dia sem um gari na sua rua e no dia seguinte você já está ligando na prefeitura.

Para Ruzon, “não ter dado certo” é motivo de orgulho para ele. “Gente que não deu certo existe pra isso: mimar os que deram certo.Tenho orgulho de ter um pai que não deu certo (…) E eu tenho orgulho de não ter dado certo também. Já pensou, criar minha filha num ambiente que debocha de profissões, que em vez de promover a isonomia e empatia, fomenta a segregação e a eugenia?

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Leia o texto na íntegra:

Leia mais: “Todo preconceituoso é covarde. O ofendido precisa compreender isso”, Mario Sergio Cortella

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