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Crise econômica: como enfrentar as dificuldades financeiras e evitar o caos

Dinheiro curto, dificuldades no trabalho, problemas na política, dúvidas em casa e muita hostilidade ao redor. Essa combinação reflete em todos nós. Mas é possível, sim, enfrentar o impacto e evitar o caos

Por Fernanda Morelli
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 12 ago 2015, 09h23

Todas as certezas parecem ruir quando os poderes que nos conduzem patinam, algumas das maiores empresas perdem força com seus dirigentes presos, outras demitem, a inflação sobe, o dinheiro some, a água – no Brasil de tantos mananciais – dá mostras de finitude. E, se ícones de fortaleza despencam, o risco é ficar inseguro, intolerante, à beira de um ataque ao outro. Ou, no extremo oposto, encolher-se na impotência e na depressão. Esse é o retrato da crise. Daí para a paranoia basta um pulo – e somos invadidos por pensamentos do tipo: “Vou perder o emprego”, “Não haverá onde trabalhar”, “Não terei como sustentar meus filhos”, “O mundo está cada vez mais hostil”, “Tenho medo do futuro”. A reflexão de especialistas em comportamento e finanças pode ajudar a transpor o mar revolto e entender que a crise não é uma obra só nossa, mas fruto da conjuntura. E há modos de evitar que ela nos devore.

Não se deixe paralisar

Quando as certezas balançam, na esfera pessoal ou coletiva, o impacto em nossa subjetividade é grande. Descrença e desânimo nos abatem. Vulneráveis, sentimos medo e acreditamos que o território não é firme. E não é mesmo. Absorver o baque e perceber que nada na vida está garantido demonstra saúde emocional e inteligência. “Devemos aceitar que tudo pode acabar: o contrato de trabalho, a crença em uma empresa, em um partido, em uma religião ou mesmo em um amor”, pontua a psicanalista Déborah de Paula Souza. Reagir com raiva faz parte do processo, mas, se a pessoa insistir e ficar paralisada, torna-se vítima da situação. “Cair em melancolia leva na direção contrária aos seus objetivos”, diz Andrea Lorena, psicóloga e colaboradora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Isso produz sofrimento e desperdício das forças criativas – justamente as que deveriam ser convocadas para enfrentar a crise. “A hora é de ajustar as metas à situação”, diz a planejadora financeira Leticia Camargo, de São Paulo. Ela dá um exemplo: “Se estava construindo uma casa, na crise reduza o ritmo e aumente o rigor sobre as planilhas previamente traçadas”.

Busque o equilíbrio

Turbilhões fazem parte não só da história do Brasil mas da existência humana. Em momentos de instabilidade, Déborah Souza recomenda buscar antídotos ao desânimo – e cada um tem os seus. Para descobri-los, pergunte a si mesma:

“O que me traz alegria?” – Pratique cada uma dessas coisas.

“O que me inspira?” – Use o exemplo para melhorar sua vida.

 “Quem pode me ensinar?” – Vá atrás de mestres para o seu momento. Pode ser uma amiga que enfrentou uma doença, livros e filmes que tratam de esperança.

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Blinde sua energia física

A ansiedade cresce com o stress e produz sintomas como dor de cabeça e aumento da pressão arterial. “Ela torna mais difícil pensar no que devemos resolver”, lembra a psicóloga Andrea Lorena. Rever convicções sobre si mesma, com pensamento positivo – em vez de pensar “não vou conseguir” –, concentrar-se nas chances de triunfo e manter uma certa frieza contribui para domá-la. Ainda ajuda se você desenvolver resiliência, a capacidade de seguir em frente, mesmo diante dos temores.

Mude o disco nas conversas

As aflições atuais tornaram-se assunto obrigatório e isso, de certa forma, une e dá acolhimento às pessoas. Dividindo seus conflitos na roda, a angústia diminui. Passa da medida, porém, quando não se fala em outro tema e a crise vira uma obsessão. As discussões, cada vez mais necessárias, pedem cautela. Tolerância, capacidade de negociar ou até de adiar conflitos podem valer mais que fazer prevalecer sua razão e proteger o orgulho pessoal. Entender que o outro pensa diferente é bom. Dessa conciliação nascem as grandes transformações.

Uma nova perspectiva econômica

Não há motivo para pânico, mas para cautela. Navegar por uma fase de crise é como dirigir sob intensa nebulosidade: não se pode parar no acostamento porque a vida segue, mas é preciso ir devagar com a grana. “O momento recessivo por que nosso país está passando vai afetar o dia a dia das pessoas, principalmente no que diz respeito ao orçamento doméstico”, afirma Otto Nogami, professor de finanças do Insper, em São Paulo. A perspectiva é de que a crise financeira no Brasil dure cerca de um ano, considerando que o governo tome todas as medidas necessárias para retomar o controle da situação. Nesse período, espera-se uma redução de até 10% no consumo das famílias, um impacto negativo de 0,6% no PIB. Não há urgência em tomar medidas drásticas, mas essa é a hora de repensar os gastos e preparar-se para outros cenários.

1. Reconsidere o que é supérfluo, buscando produtos e serviços mais baratos do que aqueles com que está acostumada.

2. Abrir um negócio ou investir mais no que já existe pede estudos cuidadosos. Avalie se o que tem a oferecer ao mercado é mesmo imprescindível neste momento.

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3. Pense em criar oportunidades. Anuncie em sites de aluguel de curta temporada (como AirBnB) aquele quarto vazio em casa.

4. No supermercado, administre a compra de perecíveis e fique de olho na validade dos produtos para não perder nada.

5. Use as milhas do cartão na compra de presentes que precisa dar e de eletrodomésticos novos que substituam aqueles que gastam muita energia.

6. Cadastre-se nos programas de nota fiscal que devolvem parte do imposto.

Divulgação
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