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Como não sofrer na volta ao trabalho depois da licença maternidade

Veja dicas para retornar ao trabalho e se adaptar à nova rotina sem traumas para você e para o bebê

Por Rita Trevisan (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 22h15 - Publicado em 12 mar 2015, 15h55

Sua volta ao trabalho pode ter toques de novela mexicana ou ser mais light, como filme de romance água com açúcar. Montamos um roteiro para os protagonistas dessa história – você e seu filho – cumprirem o script sem traumas

O episódio é bem conhecido das mães que estão retomando a vida profissional. Depois de passar pelo menos quatro meses grudada 24 horas na cria, chega a hora de cortar outro cordão umbilical.

“Cada um à sua maneira, mãe e bebê vão sentir a separação. Mas, quanto melhor a comunicação e o vínculo entre eles, mais rápida e tranquila será a adaptação”, garante a psicoterapeuta Josie Zecchinelli, de São Paulo.

A essa altura, você já resolveu uma das questões mais difíceis desse drama: quem tomará conta do bebê na sua ausência. E quer tenha se decidido por avó, quer tenha optado por berçário ou babá, o importante é que se sinta confiante com a escolha feita. “A criança capta a segurança da mãe e reage de acordo com ela”, afirma a psicóloga Fernanda Roche, coordenadora do Espaço de Desenvolvimento Criança em Foco, em Curitiba.

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O roteiro para a hora do tchau pode ficar mais suave se você seguir algumas regras. Elas ajudarão você a conduzir a mudança de rotina e são fundamentais para transmitir tranquilidade ao filho.

Prepare-o na véspera

Não importa quanto o bebê seja pequeno, explique a situação para ele. No dia anterior à volta ao trabalho, diga algo como: “Agora, nós estamos brincando e depois você irá dormir. De manhã, a mamãe vai trabalhar e você ficará com a vovó (ou na escola etc.). À noite, eu volto e a gente brincará de novo”.

Repita essa explicação pela manhã e durante toda a primeira semana de adaptação. “É um erro subestimar a capacidade de observação e de compreensão das crianças, mesmo as mais novinhas”, alerta Fernanda.

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Acorde o bebê

Não ceda à tentação de sair escondida deixando o filho adormecido. Prefira acordá-lo com suavidade e se despedir. “A mãe deve sinalizar sempre sua saída. Talvez a criança chore e mostre tristeza, mas será consolada pela professora, babá ou avó.

É melhor isso do que se sentir insegura porque a mãe desapareceu de repente”, diz Rosa Virgínia Pantoni, psicóloga especializada em educação infantil, de São Paulo.

Seja breve

Descreva rapidamente para o bebê como será a rotina naquele dia e acrescente que vai pensar nele. Em seguida, dê-lhe um abraço e um beijo e saia sem rodeios. Caso escute o bebê chorar, resista à tentação de voltar e consolá-lo. Sim, esse é o momento em que você dá a partida no carro e faz o trajeto até o trabalho de coração apertado.

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“A mulher pode ficar com um sentimento de culpa imenso, é normal. Mas precisa considerar que é natural a criança chorar. O importante, a partir daí, é que o bebê conte com alguém que o pegue no colo e o console e distraia. Esse acolhimento bastará para restabelecer a segurança dele”, ensina Josie.

Cuidado com mensagens dúbias

Essa despedida provavelmente será mais difícil para você do que para seu bebê. Se suas atitudes revelarem hesitação, isso o deixará inseguro (as crianças percebem tudo!). “Tem mãe que se despede mil vezes, como que estivesse esperando o filho chorar”, adverte Fernanda. Inconscientemente, pode ser que ela faça isso para confirmar a si mesma quanto o pequeno a ama e depende de seus cuidados.

Outras vezes, a armadilha está na expressão corporal. “Crianças são experts em interpretar sutilezas. Se a mãe diz `tchau¿, mas faz menção de se reaproximar, o bebê capta o vai-não-vai. Essa ambiguidade só aumenta o sofrimento de ambos. Saia de uma vez”, aconselha Rosa.

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Na casa da avó

Você pode fazer a adaptação com uma ou duas semanas de antecedência, deixando-o lá por períodos cada vez maiores. Converse com sua mãe ou sogra sobre a possibilidade de criar um cantinho especial para o bebê. Nele, coloque alguns brinquedos preferidos do seu filho, fotos ou quadros que ele costuma ver em casa.

Crie também um local para sonecas, com o travesseiro e uma coberta que usa no berço. Quanto à rotina, é fundamental que seja mantida. “Facilita a adaptação quando mãe e avó falam a mesma linguagem e conservam os horários de sono, passeio, brincadeiras e alimentação”, avisa Fernanda.

Quando você sair, caberá à avó acalmar o pequeno. Um bom começo é propor novas atividades. “Falar da mãe ao longo do dia também é recomendável. Só não vale mentir afirmando que ela já vem. É verdade que um bebê ainda não tem dimensão de tempo. Mas ser honesta desde o início reforça os laços de confiança. Em alguns dias, ele perceberá que a mãe sai, mas sempre volta”, completa a psicóloga.

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No berçário ou na escolinha

Como se trata de um ambiente novo é importante fazer uma adaptação prévia. Opte por uma instituição flexível, que dê liberdade de horário e permita a você acompanhar seu filho nas primeiras semanas, enquanto ele se acostuma com a professora. Nessa etapa, ele pode, por exemplo, ficar três horas no primeiro dia, cinco no segundo… O aumento vai sendo gradativo até atingir o período de tempo total de permanência.

Aproveite para conhecer bem a rotina, o espaço físico e os profissionais que irão cuidar da criança, reforçando que ela ficará bem. Caso a escola disponha de um lugar fora do campo de visão dos pequenos, de onde você possa observar seu filho, prolongue um pouco a estadia ali e saia de alma mais leve.

Com a babá

Quanto mais cedo a profissional já fizer parte da rotina da criança, melhor. Mas isso não impedirá que o pequeno estranhe e se ressinta com a ausência prolongada da mãe. A pior armadilha nesse caso é você imaginar que, como a criança permanecerá em casa, não será preciso nenhum preparativo. “Continua sendo muito importante que, antes de sair, a mãe se despeça e reassegure ao filho que a babá irá cuidar dele, mas ela estará de volta depois da papinha da noite, por exemplo”, orienta Josie.

Outro ponto fundamental é reforçar para a babá a necessidade de que a rotina seja mantida inalterada, especialmente nas primeiras semanas depois da sua volta ao trabalho. “A percepção de que continua recebendo os mesmos cuidados é tranquilizadora para o bebê”, lembra a psicoterapeuta.

O final feliz é possível, claro. No início, é provável que seu filho sinta falta de você e mande o recado em forma de demonstrações de carência. “Não querer sair do colo, diminuir o intervalo entre as mamadas, acordar chorando à noite e resistir ao sono são algumas maneiras que a criança encontra para compensar a ausência materna durante o dia.

Seu papel é acolhê-la com carinho, compreendendo que se trata de uma reação passageira”, diz Josie. Segundo a especialista, se a mãe mantiver a cabeça fria, o pequeno se adaptará mais rapidamente à nova situação e logo os dois compartilharão de um novo motivo de alegria na rotina diária: a hora do reencontro!

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