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Como é o sexo que você faz?

Nossa editora e colunista Liliane Prata fala de algumas das mil e uma maneiras de enxergar uma noite a dois

Por Liliane Prata
Atualizado em 28 out 2016, 06h59 - Publicado em 16 mar 2016, 14h57

Existem tantas maneiras de se encarar o ato sexual que, às vezes, fico pensando o que cada uma das pessoas está falando exatamente quando diz que fez sexo com alguém.

Pois existe o sexo como vingança, com movimentos movidos a mágoa contra alguém que está fora ali do quarto.

Sexo como prazer egoísta, onde o que o outro está experenciando importa tanto quanto o lugar exato em que uma folha está caindo em uma praça qualquer na capital da Tailândia.  

Sexo triste, difícil, entrecortado por lembranças de pessoas que não estão ali e de velhos discursos aprendidos lá atrás, mas que ainda têm o poder de emperrar o que acontece da porta para dentro.

Sexo ausente, em que o corpo está ali, mas a cabeça está em um lugar muito, muito distante.

Sexo como ato fisiológico, pura necessidade física de um corpo que estava em abstinência por muito tempo e que agora não tem capacidade de se desmanchar em um orgasmo prazeroso, mas somente em um espasmo abrupto, uma contração muscular involuntária.

Sexo como negócio, como moeda de troca ou pelas moedas em si.

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Sexo como performance, preocupação com os movimentos, o certo e o errado, as caras e bocas vazias no espelho.

Sexo como inércia, porque se foi convocado, porque não tinha nada mais interessante para fazer, porque um estava ali e o outro também.

Sexo como compulsão, excesso, descontrole, patologia.

Sexo como violência, humilhação, opressão, demonstração de força – ou seria fraqueza?

Sexo impessoal, feito com aquela pessoa que está ali do lado, mas que poderia ser feito com qualquer outra.

Sexo como meio para procriação, com prazer ou não, mas de olho no período fértil – dessa vez não passa.

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Sexo como modo desesperado de se sentir próximo a alguém que, fora da cama, está distante, infinitamente separado.   

Sexo protocolar, oco, sem alma, terminando com alívio e falsos orgasmos.

Sexo como válvula de escape, nervoso, brusco, feito como último recurso para esquecer as preocupações e conseguir relaxar.

E sexo pela delícia do encontro. Pelo tesão e pela poesia. Pela sensação de que, com ou sem amor, mas sempre com desejo, aqueles corpos vão se pertencer mutuamente pelo tempo em que estiverem encostados, com o único objetivo de dar e receber prazer genuíno enquanto o mundo lá longe está explodindo com suas planilhas crises discussões vírus ebola partidos políticos dúvidas sobre o que fazer o que comer o que vai ser depois de morrer, e enquanto, de preferência, a luz é baixa e a chuva cai com força lá fora.       

Liliane Prata é editora de CLAUDIA e escreve esta coluna toda quarta-feira. Para falar com ela, clique aqui.

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