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Calvície feminina: 9 dúvidas respondidas por especialista

Tem se assustado com a quantidade de fios presos na escova? Talvez você faça parte dos 42 milhões de brasileiros que sofrem com o problema

Por Débora Stevaux Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 12 jul 2017, 17h06 - Publicado em 27 Maio 2017, 17h02

Estima-se que somente no Brasil, 42 milhões de pessoas tenham calvície, segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira para Estudo do Cabelo (SBEC). O problema, que pode acontecer tanto com homens, quanto com mulheres, é mais comum para os indivíduos do sexo masculino. Muitas vezes, a queda incomum de cabelo é associada a fatores genéticos, mas nem sempre. CLAUDIA conversou com o Dr. Mauro Speranzini, cirurgião plástico e presidente da Associação Brasileira da Cirurgia de Restauração Capilar (ABCRC), para responder as dúvidas mais recorrentes sobre o assunto:

CLAUDIA: O que caracteriza a calvície?

Dr. Mauro Speranzini: A calvície é um nome técnico para queda acentuada de cabelo. Há centenas de causas, a mais comum é a androgenética, isto é, de origem genética que se manifesta da fase adulta. Crianças não têm porque possuem níveis hormonais baixos. Nos homens, a testosterona é responsável pelo afinamento dos fios. Isso pode acontecer tanto na adolescência, quanto numa fase mais tardia, entre quarenta e sessenta anos.

Nas mulheres o fator desencadeante não é a testosterona, porque possuem um padrão de calvície diferente quando comparadas  com os homens. Porém, também se trata de alterações hormonais, como os níveis de estrógeno que se modificam na menopausa. Nos indivíduos de sexo masculino, ela se manifesta em porções como as entradas do cabelo. Nas mulheres, o problema apresenta um aspecto mais difuso, atingindo várias áreas do couro cabeludo. No caso dos indivíduos de sexo feminino, também é possível que o problema comece a aparecer na faixa etária dos vinte anos.

Quais são as causas diretas e indiretas da calvície?

A causa mais recorrente ainda é a genética. As outras eu não caracterizaria de indiretas, porque podem afetar igualmente e estão relacionadas ao estresse,  o problema, neste caso, é denominado cientificamente de eflúvio telógeno. Dar à luz também é uma uma circunstância que leva a queda de cabelo em muitos casos. Mas a tendência é que os fios voltem a crescer. Doenças como apendicite, infecções na garganta também podem ocasionar calvície. No caso do estresse, geralmente a queda é associada a uma predisposição hormonal. Alterações hormonais da tireoide, do ovário, doenças autoimunes e dermatológicas também podem ser responsáveis.

O problema é mais comum em homens ou mulheres e a partir de qual idade a ocorrência é maior?

É mais comum em homens, com idade por volta dos setenta anos. Há estudos que comprovaram que 50% dos homens com cinquenta anos são calvos, e cerca de 70% dos indivíduos com sexo masculino com setenta anos também. A porcentagem de mulheres em nível mundial é um pouco menor, mas ainda frequente.

Como caracterizar a queda incomum dos fios?

Geralmente o que acontece é um afinamento dos fios, a ponto de você conseguir enxergar o couro cabelo. Esse é um fenômeno de precede a queda. Algumas pessoas mantêm o mesmo volume de cabelo por muitos anos, mas é comum que pessoas idosas tenham menos cabelo, é uma característica do próprio envelhecimento.

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Nós perdemos, por dia, cerca de 50 a 100 fios. Isso é normal, porque há um nascimento diário de cabelo que permanece nessa mesma faixa. Cada fio de cabelo cresce cerca de quatro anos antes de ser solto pela raiz. Então se você penteia o cabelo ou, ao passar a mão na cabeça, percebe que alguns fios caíram, eles nasceram há quatro anos. O crescimento não é instantâneo, essa raiz hibernará por quatro meses até que nasça um novo fio. O cabelo cresce um centímetro por mês, então se você nunca cortar o cabelo, ele nunca passará de 50 cm de comprimento.

Há algumas pessoas, principalmente mulheres, que têm um cabelo até a cintura ou até o ombro, neste primeiro caso, muito provavelmente, essa paciente deve ter um período de crescimento muito curto, de dois anos, por exemplo. Então, geneticamente, há pessoas que estão predestinadas a ter cabelos mais longos do que outras. Se você analisando o ralo do banheiro ou a sua escova de cabelos, percebe uma queda incomum dos fios que se torna mais acentuada com o passar das semanas, é hora de procurar um especialista.

Qual é a melhor maneira de prevenir?

Muita gente diz que uma boa alimentação pode surtir um efeito preventivo, mas isso é um mito. Assim como lavar a cabeça todos os dias, com água fria ou quente não interfere em absolutamente nada. A melhor maneira para se prevenir é, caso a pessoa note algum sinal de queda acentuada ou de afinamento dos fios, procurar um especialista, que pode ser tricologista ou dermatologista, para ser feito o diagnóstico.

Como funciona o tratamento para calvície?

Para cada uma das causas há um tratamento específico, mas ele nem sempre funciona. Geralmente, no caso da masculina, são prescritos medicamentos para tratamento via oral cujo princípio ativo é a finasterida.

No caso das mulheres, existem outros remédios com outros componentes que não seja a finasterida, que é contraindicada para gestantes por poder causar má formação fetal. Além disso, loções e xampus também são indicadas para pacientes de ambos os sexos.

Quando a cirurgia é indicada?

O transplante de cabelo é indicado quando o paciente tem, além de uma queda acentuada de cabelo, uma área doadora significativa, ou seja, um trecho de abundante de fios que possa servir de doação para a região calva. Nos homens, geralmente, essa área corresponde a parte posterior e lateral da cabeça, é nesta porção que nasce o cabelo que chamamos de permanente. Hoje também podemos utilizar os fios da barba e do tórax. No caso das mulheres, é mais difícil você conseguir tranplantar porque a calvície feminina é mais difusa, então o resultado, na maioria das vezes, fica muito distante do desejado.

Há alguma contraindicação?

A contraindicação é não ter uma área doadora de fios boa, pois muito provavelmente o paciente não terá um bom resultado. Se o paciente tem diabetes, hipertensão, feridas no couro cabelo, o procedimento também não é indicado.

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Como funciona a cirurgia?

Existem duas maneiras de retirar o cabelo da área doadora, a primeira e mais antiga é a FUT (Follicular Unit Transplantation). Criada no início dos anos noventa, a técnica consiste em tirar uma fita do couro cabeludo para que os fios sejam retirados deste trecho de pele. Os pacientes que são submetidos ao procedimento terão uma cicatriz linear na cabeça que, geralmente, é coberta pelos fios.

A outra técnica, lançada em 2002, se chama FUE (Follicular Unit Extraction), e já é a mais utilizada no mundo por não deixar essa cicatriz e por ter um pós-operatório indolor, quando comparada com a primeira. Basicamente, o fio é extraído no próprio couro cabeludo, com um pequeno tubo de aço que gira e produz um microfuro para a retirada do fio com a raiz para ser transplantado para a área calva.

A maneira de colocar é a mesma, através de um furinho com microagulha. É neste local que você coloca a raiz do cabelo. Normalmente, você transplanta a raiz do cabelo, porque esse fio cai, mas a raiz permanece dentro da pele se recuperanto. Após quatro meses, volta a crescer, um centímetro por dia. Em alguns casos o cabelo não cai, mas é exceção.

Um fato que tem alertado a comunidade médica é a quantidade de pessoas que não são médicas realizando o transplante de cabelo. Esse procedimento é cirúrgico e deve ser realizado por médicos especialistas e pode ocasionar consequências extremamente pergiosas caso seja feito por alguém que não tem o conhecimento e o preparo necessário.

O número de homens que realizam a cirurgia é muito maior do que o de mulheres porque elas possuem uma calvície difusa, isto é, em vários trechos do couro cabelo e, portanto, uma área doadora insuficiente. A cirurgia pode ser feita em casos excepcionais em pacientes do sexo feminino, mas o resultado é mais expressivo em pacientes do sexo masculino.

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Como funciona a recuperação?

No caso da cirurgia de FUT, como há um corte, costuma doer um pouco no mesmo dia e o paciente precisa retirar os pontos depois de uma semana. Já no caso da cirurgia de FUE, o pós-operatório geralmente é indolor. A grande desvantagem é que neste caso, na maioria das vezes, você precisa raspar a cabeça para conseguir retirar o fio com o aparelho. Na cirurgia de FUT você não precisa raspar a cabeça. Também é possível realizar uma cirurgia de FUE sem raspar a área, mas é extremamente trabalhoso, então fazemos desta forma quando é uma quantidade muito menor de cabelo. Em nenhum dos dois casos é indicada a exposição ao Sol.

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