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5 vezes em que a sociedade desconfiou de quem sofre de fibromialgia

O diagnóstico é difícil. O tratamento alivia, mas não cura. A sociedade desconfia do paciente que vive de lamento em lamento. Esse é o cenário da fibromialgia, que ataca oito mulheres a cada homem atingido

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 28 out 2016, 14h38 - Publicado em 10 jun 2016, 08h03

Uma dor crônica e difusa ataca músculos, articulações, ligamentos e tendões. A sensação é de peso, aperto, facada, fisgada ou queimação, e o paciente fica confuso porque nem consegue entender de onde exatamente o incômodo vem. Assim, é comum dizer que dói tudo. As suspeitas, então, começam a transitar entre doenças degenerativas, distúrbios glandulares, inflamações, problemas ósseos… Enquanto isso, as dores avançam pelo corpo. Atingem as pernas e, em outro momento, as costas ou a cabeça, roubando a vontade de viver. São pelo menos sete anos de sofrimento até encontrar alívio, segundo pesquisas que estimaram o tempo entre os primeiros sintomas e o tratamento da fibromialgia, mal que acomete quase 5 milhões de brasileiros, a maioria mulheres – são oito para cada homem. 

O diagnóstico é como um jogo de xadrez. Segundo o reumatologista Eduardo Paiva, é preciso excluir doenças graves que provocam sintomas semelhantes, como hipotireoidismo, distúrbio em que a glândula tireoide opera em ritmo lento, e artrite reumatoide, em que o sistema imunológico ataca as articulações. Até a carência de vitamina D pode gerar um quadro similar. “O diagnóstico requer muita conversa e um bom exame físico, o que demanda tempo”, diz ele. “E os pacientes têm pressa.” Afinal, não bastasse o sofrimento pela doença, eles também precisam passar pelo julgamento alheio…

Quando a pessoa, que nada aparenta, disse que sofre com dores fortíssimas

O complicador para sua identificação é que os pacientes mantêm aparência saudável e os exames apresentam resultados normais. Isso porque não há um teste específico, um marcador no sangue ou na urina que aponte a presença dela. As pesquisas por meio de imagens (radiografias e até ressonância magnética) também não detectam alterações. Elas só aparecem em tomografias por emissão de pósitrons, capazes de flagrar o cérebro funcionando em tempo real – aí as partes encarregadas de interpretar o estímulo doloroso revelam-se muito mais ativas que o habitual. 

Quando a pessoa disse que as dores pioram em dias frios

“A dor já começa a importunar de manhã, tende a piorar no período pré-menstrual, em dias frios e fases de stress”, diz a reumatologista Evelin Goldenberg, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Em casos graves, até um abraço pode incomodar.”

Quando a pessoa disse que está sempre com sono por causa do problema – mas foi descreditada.

Entre os sinais da fibromialgia estão cansaço desproporcional ao esforço, sono não reparador, formigamento nos membros, sensação de inchaço, rigidez muscular matinal, dores de cabeça, bruxismo, alterações intestinais e urinárias. “Embora não mate, deforme nem enlouqueça, ela prejudica, e muito, a qualidade de vida”, escreve Evelin no livro O Coração Sente, o Corpo Dói (Atheneo).

Quando a pessoa disse que também se sente depressiva ou ansiosa

A depressão, ansiedade e problemas de memória e concentração também fazem parte do quadro. Com o agravante que, diante dessas situações, o paciente é exposto a mais estresse – o que piora, e muito, o já intenso sofrimento. Nesse momento, técnicas para reduzir esses efeitos, como relaxamento e todo tipo de suporte psicológico, são bem-vindas. A terapia cognitiva comportamental (TCC) se destaca por redirecionar o foco dos pensamentos. “Em geral, o paciente é perfeccionista e tende a olhar as coisas pelo lado negativo”, diz Paiva. “A terapia ajuda a ver o mundo de outro modo, a se poupar diante de situações que deflagram a dor e a criar estratégias para lidar melhor com ela.”

Quando a pessoa disse que pensa em parar de trabalhar por isso

Pelo consenso de 2010, a fibromialgia não justifica o afastamento do emprego. Mas não é o que pensam os pacientes. No estudo do instituto de pesquisa Harris Interactive, 73% responderam que a qualidade do trabalho foi deteriorada pela síndrome, com prejuízos para a carreira e a renda familiar. 

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