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Uma lista de filmes que mesclam teorias científicas e boa ficção

O que é verdade e o que é licença poética em seis grandes sucessos do cinema com temática espacial

Por Carolina Scatolino
Atualizado em 15 abr 2024, 15h09 - Publicado em 3 jul 2017, 17h02

O que há para lá do firmamento? Da poesia à ciência, várias são as áreas do conhecimento que se atêm a essa questão. Astrônomos, cosmólogos e astrofísicos, como a candidata ao Prêmio CLAUDIA Elisabete de Gouveia Dal Pino, procuram respostas, comprovações.

Já os artistas permanecem com as perguntas, a fantasia. Os dois têm um ponto de encontro: o cinema. Com mais ou menos fidelidade à verdade dos fatos, diretores e roteiristas mergulham na imensidão de possibilidades que a temática espacial oferece para a criação de narrativas para a telona.

Fizemos aqui uma seleção de bons títulos que tecem a ficção com as linhas da ciência.

Perdido em Marte
Ano: 2015
Direção: Ridley Scott
País: Estados Unidos

Após uma tempestade de poeira em Marte, o astronauta Mark Watney, vivido por Matt Damon, é dado como morto e deixado para trás por sua equipe. Para ser salvo, tem de esperar pela próxima missão ao planeta, prevista para dali a quatro anos.

Entre as estratégias de sobrevivência a que recorre, está o cultivo de batatas em estufa (a temperatura local varia entre 70 e 20 graus Célsius negativos).
É mesmo possível cultivar vegetais em Marte?
SIM.
A NASA possui uma simulação de solo, feita com composição e em condições semelhantes ao ambiente marciano para realizar experimentos. Ali foi testada a viabilidade de cultivo de alguns vegetais naquele planeta. Apesar da presença de metais no terreno, os resultados foram positivos, mas ainda não é possível saber se a produção estaria própria para o consumo humano.

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Interestelar
Ano: 2014
Direção: Christopher Nolan
País: Estados Unidos

Em um futuro não muito distante, o planeta Terra está ameaçado por catástrofes ambientais. Cooper, agricultor e chefe de uma equipe de astronautas encenado por Matthew McConaughey, parte em uma missão com o objetivo de encontrar outros planetas para abrigar a população terrestre.

Aclamado tanto pela crítica quando pelo público, o filme é construído sobre sólidas teorias científicas. Tanto que o roteiro abriu discussões entre os entendidos do assunto. Isso porque Cooper, durante a expedição, entra em um buraco de minhoca (wormhole, em inglês), espécie de atalho que permite o deslocamento no tempo.

O sucesso deste blockbuster foi tão grande, que alguns cinemas americanos chegaram a vender ingressos que davam acesso ilimitado às sessões. Por 35 dólares (quatro vezes o valor normal), o público podia voltar quantas vezes quisesse à sala.

Já é realmente possível viajar no tempo?
NÃO
Embora sejam admitidos pelas equações da Teoria da Relatividade Geral de Einstein, a existência dos buracos de minhoca ainda não foi comprovada na prática. Ou seja, nada, nem ninguém foi capaz de voltar no tempo ou lançar-se ao futuro.

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O conceito foi bastante explorado também no livro de ficção científica Contato, do cosmólogo e escritor americano Carl Sagan.

A Teoria de Tudo
Ano: 2014
Direção: James Marsh
País: Reino Unido

A esclerose lateral amiotrófica diagnosticada aos 21 anos não impossibilitou que o inglês Stephen Hawking se tornasse o físico mais famoso da atualidade. Entre outras contribuições, está Uma Breve História do Tempo, sua explicação da origem do universo de forma simples, para leigos do mundo todo.

A Teoria de Tudo é baseado na biografia escrita por Jane Wilde Hawking, sua primeira mulher. Embora o foco esteja na história de superação do gênio inglês, há espaço também para a ciência. A narrativa é salpicada de teorias que se tornaram conhecidas do público em geral graças às divulgações de Hawking.Uma delas é a de que o universo estaria em expansão.

É verdade, mesmo, que o Universo está se expandindo?
SIM
De acordo com a teoria do Big Bang, de 1931, e comprovado por observações astronômicas, o universo está sim, em expansão. Isso significa que todos os pontos do universo estão ficando mais distantes uns dos outros à medida que o tempo passa.

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Gravidade
Ano: 2013
Direção: Afonso Cuarón
País: Estados Unidos

O primor dos efeitos visuais e sonoros somado ao clima de tensão fez com que esse longa-metragem se tornasse uma referência de precisão científica ao reproduzir quase que fielmente o ambiente espacial.

A história gira em torno de uma tripulação que faz reparos de rotina no telescópio Hubble quando é surpreendida por uma chuva de destroços. A maior parte da equipe morre. Os dois únicos sobreviventes, interpretados por George Clooney e Sandra Bullock, ficam em órbita, incomunicáveis, lutando para conseguir retornar à nave.

Imagens como as da atmosfera terrestre e da Aurora Polar impressionam pela beleza e realismo.

É possível enxergar a Aurora Polar a partir do espaço?
SIM

Sim, é possível ver qualquer uma das duas auroras, tanto a Boreal (no hemisfério norte), quanto a Austral (hemisfério sul), a partir de fora da atmosfera terrestre. Na cena do filme, não fica claro qual dos pólos a personagem de Sandra Bullock observa.

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Armagedom
Ano: 1998
Direção: Michael Bay
País: Estados Unidos

A maior bilheteria dos cinemas americanos em 1998 conta a história de um petroleiro, vivido por Bruce Willis, que é convocado pela NASA para deter um asteroide gigantesco em vias de colidir com a Terra.

Para ter sucesso, ele e sua equipe têm a missão de implantar uma bomba nuclear no interior do asteroide e evitar a destruição do planeta. Entre os efeitos especiais, estão as imagens e os sons de explosões em pleno espaço.

É possível ouvir explosões no espaço?
NÃO
Este filme é um caso típico de roteiros que deixam as verdades científicas de lado em nome das cenas impactantes e dos efeitos especiais. O som, por exemplo, é um dos recursos de linguagem usados sem grande parcimônia em produções desta temática.

No vácuo do espaço, qualquer barulho, como os roncos de motores e explosões, não pode ser ouvido.

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2001 – Uma Odisséia no Espaço
Ano: 1968
Direção: Stanley Kubrick
País: Reino Unido

O clássico de Stanley Kubrick chegou aos cinemas um ano antes do homem pisar a Lua. As cenas extensas, com longos trechos em silêncio, narram a saga de astronautas que vagam pelo espaço a bordo da espaçonave Discovery One até encontrarem um corpo estranho: um gigantesco monolito.

Chamam atenção as cenas em que a tripulação caminha, não flutua no interior das cabines, como é comum nos filmes do tipo, indicando que há gravidade ali.

É possível garantir a força da gravidade do interior de espaçonaves?
SIM
Embora esse feito ainda não tenha sido realizado, ele tem fundamentos na Física. A força centrífuga, promovida pela rotação da espaçonave (a Discovery, no caso do filme) durante a viagem, simula a ação da gravidade.

Trata-se de um fenômeno semelhante ao que ocorre com as roupas, que ficam grudadas às paredes do tambor da máquina de lavar quando em movimento.

CONHEÇA AS FINALISTAS DO PRÊMIO CLAUDIA 2017.

Fonte: Luís H.S. Kadowaki – Pós-Doutor em Astronomia na USP.

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