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“O brasileiro conhece mais a gastronomia europeia que a própria culinária”, diz a chefe de cozinha Ana Luiza Trajano

Filha de Luiza Helena Trajano viaja até os rincões do país em busca de ingredientes. E comemora a indicação da agricultora Rozimere Santos Oliveira Souto, no Prêmio CLAUDIA 2016

Por Aline Takashima (colaboradora)
Atualizado em 12 abr 2024, 16h30 - Publicado em 22 set 2016, 14h42

Ana Luiza Trajano optou por seguir uma carreira diferente, longe dos negócios da família, o gigante setor de varejo Magazine Luiza. A Filha de Luiza Helena Trajano, uma das forças do empresariado brasileiro e jurada do Prêmio CLAUDIA 2016, descobriu a sua vocação entre fogões e panelas. Desde 2003, ela se dedica a pesquisar os sabores, aromas e ingredientes das regiões brasileiras. 

Já é possível votar no Prêmio Claudia. Conheça as finalistas! ​

Neta de uma avó cearense e mineira, a chef de cozinha valoriza os diversos alimentos do país, muitos deles desconhecidos pelos próprios brasileiros. Atualmente, coordena um instituto de pesquisa que valoriza a gastronomia brasileira, e está prestes a lançar o quarto livro sobre a culinária nacional. Ela sabe da importância cultural de cada prato e, por isso, negocia ingredientes com produtores de diferentes regiões. Não mede esforços para que os temperos, frutas e legumes cheguem ao seu restaurante, o Brasil a Gosto, nos Jardins, em São Paulo. E comemora o reconhecimento da agricultora paraibana, Rozimere Santos Oliveira Souto, candidata do Prêmio CLAUDIA, na categoria Natura Inspiradora. “Projetos como o da finalista viabilizam a nossa cultura gastronômica”, ressalta. 

Leia também: Expedicionária do sabor: chef viaja para redescobrir receitas brasileiras

Rozimere é uma das fundadoras da Associação Centro de Cidadania das Mulheres, na cidade de Pedra Lavada no sertão da Paraíba. O grupo de 45 agricultoras organiza o processamento e a distribuição dos alimentos na região. Apesar de viver nos rincões do Nordeste, onde a população sofre com a seca, algumas espécies nativas conseguem vingar. Como é o caso do umbu e de hortaliças. A finalista orgulha-se do protagonismo das mulheres da região e, segura, revela os planos da associação: “Queremos empoderá-las e criar oportunidades para aumentar a renda familiar. A partir das nossas ações, percebemos um aumento da participação das mulheres na agricultura e a diversidade de alimentos produzidos na comunidade”. 

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Leia o perfil de Rozimere Santos Oliveira Souto, finalista do Prêmio CLAUDIA, na categoria Natura Inspiradora.

Confira a entrevista com a chef de cozinha brasileira, Ana LuizaTrajano:

Quando você começou a cozinhar, decidiu percorrer o Brasil para entender melhor o que é a gastronomia brasileira. Poderia contar um pouco sobre essa jornada?
Ana Luiza Trajano: Eu pesquiso a cozinha brasileira há 15 anos. Eu fiz mais de 50 expedições pelo Brasil. Eu sempre busco os ingredientes e preparações tradicionais. Mesmo em regiões que eu já fui mais de cinco vezes, eu sempre encontro algo novo, é uma troca de olhar. O nosso país é riquíssimo. Algumas vezes, encontro o ingrediente puro. Mas também preciso ir atrás dos alimentos. Uma rapadura, por exemplo, tem todos os ingredientes e também os processos de preparo.

Você conhece diferentes cidades do sertão. Há muitos alimentos do nosso país que são desconhecidos para o público em geral? 
AJ: Sim. Muitas das nossas frutas são desconhecidas. No supermercado, você encontra mais produtos italianos e franceses do que produtos brasileiros. A nossa cozinha é restrita ao popular. Tem uma questão sociocultural. Como se a cozinha do nosso país fosse do pobre e não do rico. Quando uma pessoa ascende socialmente, ela só come a cozinha de outras nacionalidades. E também tem a questão da autoestima do brasileiro, como se tudo que é de fora fosse melhor. 

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Os alimentos e pratos que você oferece no seu restaurante Brasil a Gosto, possuem elementos de diferentes regiões do país. Como são realizadas as parcerias com os produtores locais? 
AJ: Existe o cardápio básico do restaurante e aqueles de regiões longínquas que a gente prepara de uma forma especial. Nas viagens de pesquisa, eu realizo o mapeamento de possíveis produtores para o restaurante. E os ingredientes chegam de várias formas possíveis: aérea, pelo correio, caminhão… E coisas que chegam nas viagens através de pessoas das comunidades e parceiros que viabilizam esse desenvolvimento. É uma gama grande de pessoas envolvidas. 

Uma das finalistas do Prêmio CLAUDIA, Rozimere Santos Oliveira Souto, criou no sertão do Paraíba uma associação de mulheres agricultoras. Elas são responsáveis pelo processamento e a distribuição de alimentos. Como empreendedora e chef de cozinha, qual a importância de iniciativas como essa?
AJ: Eu conhecia o trabalho dela e fiquei super feliz pelo Prêmio CLAUDIA prestigiar essa iniciativa. Projetos como a da Rozimere viabilizam a nossa cultura gastronômica. São as cooperativas e associações que mantém viva as raízes do Brasil. Elas são essenciais para o meu trabalho e para a cozinha brasileira. 

Você também faz parte do júri que irá eleger as vencedoras de cada categoria do Prêmio CLAUDIA. Para votar, aperte o coração ao lado da foto da finalista. Leia as histórias, avalie os trabalho e escolha as suas candidatas.

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