Assine CLAUDIA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

“Não nos deixam falar”, diz Cármen Lúcia sobre mulheres no STF

A ministra precisou pedir aos colegas que parassem de interromper a ministra Rosa Weber

Por Da Redação
12 Maio 2017, 17h10

Em debates e discussões, as mulheres são frequentemente interrompidas por homens, fenômeno denominado por movimentos feministas de ‘manterrupting‘ – termo em inglês para a interrupção sexista à fala das mulheres, que pode até passar despercebida. O ambiente de trabalho e a política são alguns dos espaços em que o comportamento mais aparece, mas não são os únicos. A ministra Cármen Lúcia, em sessão do STF na quarta-feira (10), precisou pedir que os colegas parassem de interferir no momento de fala da ministra Rosa Weber e questionou a prática sexista nos tribunais.

No episódio, os ministros Luiz Fux e Ricardo Lewandowski dialogam no momento do voto da ministra Rosa Weber. Fux finaliza a discussão dizendo que “concede a palavra” à ministra. Cármen Lúcia questiona a afirmação do ministro. “Como concede a palavra? É a vez dela votar. Ela é quem concede, se quiser, um aparte“, diz, em referência a Weber.

A presidente do STF lembrou ainda de pesquisa norte-americana que observou sessões da Suprema Corte desde os anos 1990 para determinar que os homens geram mais interrupções, sendo as mulheres as mais afetadas. “A ministra Sotomayor [da Suprema Corte americana] me perguntou: como é no Brasil? Lá, em geral, eu e a ministra Rosa, não nos deixam falar, então nós não somos interrompidas. Mas agora é a vez de a ministra, por direito constitucional, votar. Tem a palavra, ministra”, completou Cármen Lúcia.

Assista ao vídeo com a fala da ministra, compartilhado pela página Quebrando o Tabu, no Facebook:

Continua após a publicidade

 

Leia também: Parlamentar polonês diz que mulheres são menos inteligentes 

Continua após a publicidade

O estudo que a ministra fez referência, liderado por Tonja Jacobi e Dylan Schweers, da Escola de Direito Northwestern Pritzker, em Chicago, nos Estados Unidos, apontou que as mulheres são interrompidas três vezes mais do que os homens. Elas também falam menos e por menos tempo do que eles. Além disso, a idade e experiência não são fatores tão determinantes, já que as mulheres, mesmo muito graduadas, continuam a ser frequentemente interrompidas. 

A ministra Cármen Lúcia já havia feito posicionamento em favor da equidade de gêneros em outras sessões do STF. Na primeira como presidente, disse: Há, sim, discriminação contra mulheres, mesmo no caso de juízas, como nós, que conseguimos chegar a um patamar de igualdade. Não preciso de dados, mas da minha vida e das experiências das mulheres com quem convivo. Temos uma sociedade extremamente preconceituosa. Quando há mulheres candidatas a cargos, não nos dão conhecimento, não nos dão participação no financiamento nem tempo na televisão e nas direções partidárias. Depois, vêm com o discurso: ‘Viu, não foi eleita’.”

Leia também: 7 discursos de mulheres poderosas para se inspirar

Continua após a publicidade

 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de R$ 12,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.