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Na Netflix: documentário lembra estupro coletivo que chocou a Índia

Para quem tem estômago forte, filme soma às discussões sobre violência sexual

Por Letícia Paiva
Atualizado em 28 out 2016, 22h09 - Publicado em 28 Maio 2016, 13h50

O caso da adolescente carioca estuprada por mais de 30 homens mobilizou mulheres contra a cultura do estupro esta semana. O crime em muito lembra o episódio da jovem estudante de medicina violentada na Índia, em 2012. Voltando do cinema em um shopping de Nova Délhi, a moça pegou um ônibus junto com um amigo. Na lotação, haviam cinco homens e um rapaz menor de idade. O grupo foi responsável por estuprar a indiana, que acabou morta em decorrência dos ferimentos duas semanas mais tarde, e espancar seu amigo. O caso gerou revolta no mundo todo, resultando na mudança das leis de violência sexual indianas. Disponível na Netflix, o documentário ‘A Filha da Índia’ (India’s Daughter, no original), da britânica Leslee Udwin, trata disso. 

No filme, alguns momentos da cena do crime foram recriadas. Além disso, há entrevistas com os pais da vítima, com a família e os advogados de alguns dos criminosos, e com um dos estupradores, Mukesh Singh. O condenado afirma que “uma garota decente não sairia à rua às 21h”, culpando a jovem pela violência sofrida. Antes de rodar o filme, a diretora Leslee Udwin entrevistou diversos estupradores em prepararação para a entrevista. 

Na imprensa indiana, a moça violentada recebeu o codinome Nirbhaya (destemida, em tradução). Seu nome verdadeiro é Jyoti Singh. Ela virou um símbolo e milhares de pessoas protestaram contra o estupro, pressionando para a aprovação de uma emenda à legislação criminal que entrou em vigor 2013. A lei ampliou a definição de estupro, endureceu as penas e tornou crime sexual ações como ataques de ácido, bastante comuns contra indianas. De acordo com as novas leis, a falta de resistência da mulher não mais indica concordância com o ato. 

De 2012 a 2014, o número de denúncias de estupro na Índia saltou de 25 mil por ano para mais de 36 mil. Esse aumento se deve à mudança na legislação e às pressões à polícia, mas, de acordo com ativistas de direitos humanos, o número ainda não representa a totalidade. Nesse caso, todos os agressores foram condenados. Dados do governo indiano, no entanto, apontam que apenas 28% dos casos de estupro no país resultam na punição dos responsáveis. 

O caso de Jyoti gerou o início de um ponto de virada na sociedade indiana e em sua violenta cultura do estupro. Para quem é resistente, ‘A Filha da Índia’ é uma pedida necessária para o momento. Confira o trailer abaixo: 

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