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Marcha das Mulheres Negras enfrenta o racismo e a violência

Milhares se uniram para marchar em Brasília contra a intolerância. Um homem chegou a se infiltrar na caminhada e atirar três vezes para cima

Por Isabella Marinelli
Atualizado em 11 abr 2024, 17h52 - Publicado em 19 nov 2015, 13h14

Aconteceu nesta quarta-feira (18), a Marcha das Mulheres Negras, um movimento que busca a igualdade de gênero e a igualdade racial. Com roupas e turbantes coloridos, cartazes e faixas, cerca de 25 mil percorreram as ruas de Brasília. 

No nosso país, aproximadamente 49 milhões de mulheres são negras: isso representa 25% da população. Mas essas brasileiras ainda são discriminadas, ganham menos e são brutalmente violentadas. Segundo Mapa da Violência contra a Mulher de 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o assassinato de negras subiu 54% entre 2003 e 2013. O estudo ainda demonstra que no Amapá, na Paraíba, em Pernambuco e no Distrito Federal os índices passam de 300%. Já a mortandade de brancas diminuiu em quase 10%. Tudo isso só endossa a fala da jornalista e mestre em educação Bianca Santana, autora do livro recém lançado Quando me Descobri Negra (Sesi-SP): “Não só existe racismo no Brasil como ele é escancarado”

 

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Não bastasse, essa marcha em busca da tolerância enfrentou a truculência dos preconceituosos. De acordo com Luciana Santos, presidente do PCdoB e deputada federal pelo estado de Pernambuco, um manifestante pró-impeachment, que estava acampado próximo ao Congresso Nacional, disparou tiros para o alto no meio da multidão. Ele é policial e tentou provocar tumulto para dispersar as mulheres, inclusive crianças e idosas, em uma atitude considerada por Luciana “uma manifestação de ódio e intolerância que nós não podemos aceitar”.

De acordo com a Polícia Civil, ele já havia sido detido por disparo de arma de fogo e liberado em seguida, após pagar fiança de R$790. Outro policial também suspeito de atentado contra as manifestantes é do Distrito Federal. Ele foi conduzido à Corregedoria da corporação, que está apurando a ocorrência. A Polícia Civil afirmou ao G1 que não há relação entre os dois casos.

Do alto dos carros de som, as organizadoras pediam que as militantes não aceitassem essas provocações e seguissem andando. Elas assim continuaram. Resistindo, como em todos os outros dias de suas vidas. Santa Alves, presidente da Unegro no Distrito Federal, considerou a marcha um sucesso pela força demonstrada pelas mulheres negras.

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Elas têm todo o nosso apoio!

Falando nisso…

Durante a campanha mundial dos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Organização das Nações Unidas iluminarão o Museu Nacional, em Brasília, com dados de violência contra as mulheres, nos dias 18 e 19 de novembro. A ação ajuda a construir o cenário da visita da diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, que trará o país para os holofotes internacionais este ano.

Ainda Segundo o Mapa da Violência 2015, o Brasil assume a 5ª posição no ranking de feminicídio, com uma taxa de 4,8 assassinatos por cada 100 mil mulheres. Desses números, 55,3% dos crimes foram cometidos no ambiente doméstico e 33,2% dos assassinos eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas (segundo dados de 2013 do Ministério da Saúde).

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No Brasil, a campanha dos 16 Dias se inicia em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra, e termina em 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos.

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