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Rodrigo Hilbert: Faço o melhor possível com o que a vida oferece

O programa emplacou neste ano a terceira temporada e em casa é ele quem prepara o jantar.

Por Da Redação
Atualizado em 22 abr 2017, 16h04 - Publicado em 22 abr 2017, 12h00

Quando estreou no canal a cabo GNT o programa Tempero de Família, Rodrigo Hilbert, conhecido pelos trabalhos como modelo e ator, surpreendeu fãs. Àquela altura, pouco ou quase nada se sabia sobre as habilidades de chef do galã. Pois, desde então, Hilbert, 37 anos, arranca suspiros nas noites de quinta-feira não só pela beleza mas também por seu tempero e sua intimidade com as tarefas envolvidas no ato de cozinhar. É com a maior naturalidade que ele já apareceu no ar pescando linguado, catando tatuí, manipulando miúdos de porco, preparando uma dobradinha e até um jantar romântico – com direito a maçã do amor – para sua Magrela, como chama carinhosamente a mulher, a modelo, atriz e apresentadora Fernanda Lima, 35, com quem tem os gêmeos João e Francisco, 6 anos.

Nascido em Orleans, no interior de Santa Catarina, Hilbert afirma que o programa tem tudo a ver com suas origens. “Desde que me conheço por gente, os homens assumiam o fogão lá de casa nos fins de semana. Meu avô decidia quais seriam os pratos e passávamos o dia inteiro reunidos, conversando e cozinhando”, lembra. “Cada um que chegava entrava na roda cortando cebola, esticando a massa, depenando a galinha, arrumando a mesa“, continua, saudoso. Durante duas temporadas, o ator com pendor para chef contou várias dessas memórias gastronômicas na televisão. Agora, já na terceira temporada, volta seu olhar para as tradições e comilanças alheias, revelando receitas de 13 famílias do subúrbio carioca. “São casas com o mesmo hábito da minha de sentar em volta da mesa e usar a refeição para confraternizar”, diz. Antes das gravações, para quebrar o gelo, o apresentador visitou cada uma delas, proseou com as pessoas, ouviu histórias, tirou foto com o pessoal do bairro. Tudo para que, no dia D, o clima ficasse o mais agradável e natural possível. “Sempre fui recebido com muita entrega, desejo de compartilhar, uma coisa bonita demais”, conta. “Foi emocionante e divertido encontrar tanta gente bacana.”

Em uma das gravações, conheceu Tia Nenê, viúva de Manaceia, um dos compositores da chamada Velha Guarda da Portela, que faz uma rabada cheia de fama. O prato foi tão marcante para o apresentador que depois foi servido no aniversário dos gêmeos, em abril. E fez sucesso entre os convidados, segundo Antonio Amancio, empresário do casal, amigo de longa data e uma das cabeças por trás de Tempero de Família. “O Galego é uma mistura do personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, com algum pescador das músicas de Caymmi”, brinca ao descrever o jeito supertranquilo de Rodrigo Hilbert. Amancio é também o cupido que juntou Fernanda e Hilbert. Toda vez que o modelo e ator ia ao escritório dele, elogiava uma foto de Fernanda que ficava exposta. Até que o empresário decidiu fazer as devidas apresentações. Para completar, os dois ficaram pela primeira vez em uma festa de aniversário de Amancio.

De lá para cá, já se passaram 12 anos. Hilbert admite que aprendeu muito com Fernanda nesse tempo. “Eu era largadão, meio vagabundo, só queria viajar, surfar. Ela me ensinou a ser mais pé no chão, me fez amadurecer”, revela. “Fernanda é uma supermulher, admiro a dedicação dela à família e ao trabalho e a forma como consegue conciliar tudo de um jeito perfeito.” Ela devolve prontamente os elogios. “O Rodrigo merece tudo de bom que a vida está oferecendo a ele. É um cara de alma leve, tem valores e ética e respeita a todos. Muito alto e espaçoso, ele chega de mansinho, tentando não se sobressair, mas não tem jeito: sempre há rebuliço!”, conta, rindo. E diz que fica “toda boba” quando lembra dos dois jovens e apaixonados. “Éramos inconsequentes, não tínhamos como dar conta dos grandes planos que fazíamos. Hoje vejo que cada palavra, cada sonho e toda a distância que tivemos de aguentar valeram a pena”, diz ela, referindo-se às inúmeras vezes em que o trabalho de modelo de ambos impôs períodos de afastamento. “Sonhar junto é infinitamente melhor do que sonhar sozinho“, acrescenta.

Para curtir com os filhos bons momentos perto da natureza, o casal, sempre que dá, vai ao sítio que tem em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Paizão, Hilbert ensina os meninos a andar a cavalo e inventa piqueniques. Construiu, ele mesmo, uma casa de madeira na árvore e um balanço. Vira e mexe, põe os meninos na cozinha depois de colher com eles na horta legumes fresquinhos, que podem virar um risoto feito no fogareiro de pedra.

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Hilbert também era criança quando começou a ter interesse pelo fogão. Tudo começou com um cheese-salada, ou melhor, a maionese do sanduíche. Por volta dos 12 anos, ele cismou que queria produzi-la em casa e tentou até acertar o ponto. Dali em diante, todos os seus sandubas passaram a incluir uma dose da iguaria. Em seguida, Hilbert, caçula de três filhos, herdou do irmão do meio a função de terminar o almoço que a mãe, professora, deixava encaminhado antes de sair para o emprego. “Odiava a obrigação porque queria ficar na oficina do meu avô, onde eu e meus irmãos trabalhávamos, ou na rua, brincando com os amigos.” A opinião mudou com o tempo. Da maionese, o cozinheiro autodidata evoluiu para outros pratos até dominar receitas complexas, como feijoada e bacalhoada. “Rodrigo é muito comprometido com tudo o que faz”, afirma Tatiana Delamare, diretora do Tempero de Família. “Ele transforma o programa. Fala de gente, comida e afeto, não só de culinária.” Em casa, ele é hoje o responsável pelo jantar. Garante que Fernanda manda bem no fogão, mas perde a paciência com os pitacos do marido. E ele faz o mesmo quando Beth, a ajudante do casal, está preparando o almoço.

De família evangélica, seguidora da Igreja Luterana, Hilbert saiu da casa dos pais aos 18. Depois de ter sido descoberto por um olheiro enquanto surfava, virou modelo e foi morar em São Paulo. Longe de Santa Catarina, sentia falta de frequentar os cultos no templo que o próprio avô tinha ajudado a construir. Como não encontrava um local com o qual se identificasse, passou a refletir sozinho sobre o significado de rezar e o prazer de fazer o bem, de transmitir amor ao próximo e de estar em sintonia com a natureza. Decidiu que, no dia a dia, poderia ser espiritualizado sem, necessariamente, praticar uma religião. “Tenho fé, converso com um ser que está dentro de mim, faço minhas orações e sempre agradeço. A nossa casa é a nossa igreja”, afirma. “E todas as noites vamos ao quarto dos meninos para falar com o papai do céu. Do jeito deles, vão agradecendo tudo, da chuteira nova à nossa saúde. Ficam nessa até caírem no sono.”

Casamento e filhos felizes, sucesso profissional, satisfação plena com o que faz. Nem nas mais ardorosas preces Hilbert pedia tanto. Muito menos, ele garante, arquitetou cada passo para chegar aí. “Não gosto de planejar o futuro. Aceito o que vem e faço o melhor possível com o que a vida me oferece. Apenas dou o meu máximo sempre.

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