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Quanto custa o casamento real – e quem paga essa conta?

Você tem ideia da quantidade de zeros neste valor? Além disso, saiba de onde vem o dinheiro da família real britânica

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 14h03 - Publicado em 18 Maio 2018, 16h46

Barato a gente sabe que nenhum casamento é. No Brasil, oficializar uma união com cerimônia e festa tira em torno de R$ 40 mil dos bolsos ou poupanças dos pombinhos. No Reino Unido, onde o príncipe Harry e a atriz Meghan Markle dirão “I do” (eu aceito, o “sim” deles) neste sábado, 19 de maio, os casais comuns desembolsam em torno de £ 27 mil (cerca de R$ 136 mil).

Já o casamento real, entre cerimônia, festa e segurança, custará o estonteante valor de 32 milhões de libras. Isso mesmo: 32.000.000 de libras esterlinas, o equivalente a pouco mais de R$ 161,5 milhões. Para comparação, vale lembrar que o casamento de William e Kate custou 20 milhões de libras (R$ 101 milhões).

Justiça seja feita: o casamento em si custaria “apenas” 2 milhões de libras (pouco mais de R$ 10 milhões). Os 30 milhões (R$ 151,5 milhões) a mais são investimento em segurança para os convidados e também para os milhões de pessoas que devem lotar as ruas de Windsor, cidade onde ocorrerá o evento, para tentar ver de perto os noivos, os membros da realeza e seus convidados.

O orçamento foi elaborado pelo site britânico Bridebook, que entende muito bem dos itens que estarão no evento e das tradições casamenteiras do país.

Os detalhes dos gastos do casamento real

De acordo com o Bridebook, o orçamento chegou à cifra astronômica da seguinte maneira (já colocaremos tudo em reais, para facilitar a vida de todo mundo):

– Comida e bebida: R$ 2,5 milhões

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Mark Flanagan, head chef da família real, é o responsável pelas entradas, pratos principais e sobremesas dos 600 convidados do casamento. Ele também elaborou o cardápio mais simples dos 2640 convidados do público, que ficarão nos jardins do Castelo de Windsor e não terão acesso à festa fechada, mas receberão chá e pratos quentes.

Quanto às bebidas, haverá água, sucos, uísque e muito champanhe para os brindes e para alegrar o pessoal pelo resto do dia.

– Marquise de vidro: R$ 1,5 milhão

O príncipe e a futura duquesa não precisam pagar o aluguel da igreja – a Capela de São Jorge; eles optaram por casar no local em que Harry foi batizado, e não na tradicional Abadia de Westminster, em Londres, onde Charles & Diana e William & Kate se casaram – ou do salão – o Great Hall do Castelo de Windsor –, mas decidiram ter uma marquise de vidro para a recepção. O custo inclui projeto, confecção, entrega e colocação.

A Capela de São Jorge, onde Harry foi batizado, será o cenário da cerimônia religiosa do casamento do príncipe com a atriz Meghan Markle (Steve Parsons - WPA Pool/Getty Images)

– Vestido da noiva: R$ 1 milhão

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Meghan Markle será uma noiva provavelmente vestida por Ralph&Russo, grife de alta costura de Londres que também fez o vestido que ela usou nas fotos do anúncio de noivado com Harry.

Apenas a título de curiosidade: Harry deve casar com seus trajes militares, o que significa que o custo dele com roupas será mínimo.

– Flores: R$ 487,5 mil

A projeção do gasto inclui peônias e outras flores da primavera europeia distribuídas de forma elegante e sem exageros na capela onde será a cerimônia e no castelo onde será a festa, as flores das damas de honra e das madrinhas e o trabalho dos floristas, é claro.

– Música: R$ 1,5 milhão

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Sob a direção de James Vivian, diretor musical da Capela de São Jorge, as atrações musicais confirmadas pela família real incluem o coral da Capela, cantores e instrumentistas de música ambiente (aquele que fica de fundo, sem atrapalhar a conversa dos convidados), DJs, a cantora Karen Gibson e o violoncelista Sheku Kanneh-Mason.

Rolaram muitos boatos de shows das Spice Girls, de Adele, Ed Sheeran e Elton John, mas todos foram negados. Só saberemos se teve showzão mesmo depois da festa, quando os convidados sempre acabam contando mais do que deveriam (ficamos felizes com isso!).

– Alianças: R$ 30 mil

Especula-se que as alianças de Harry e Meghan sejam simples e tenham sido feitas com ouro do País de Gales. Mas, se Harry seguir o exemplo do príncipe William, acabará não usando a aliança no dia a dia e este dinheiro terá sido gasto apenas para as fotos do grande dia mesmo.

O anel de noivado de Meghan ganhará a companhia de uma aliança de casamento de cerca de R$ 30 mil (Chris Jackson/Getty Images)

– Segurança: R$ 151,5 milhões

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Como mencionado lá no começo, o investimento em segurança é tanto para os convidados quanto para os milhões de pessoas que devem lotar as ruas de Windsor. Inclui seguranças uniformizados e à paisana, atiradores de elite posicionados em pontos estratégicos da cidade e todo o serviço de inteligência que monitorará online os arredores do trajeto real, da cerimônia e da festa.

– O resto do orçamento: pouco menos de R$ 3,5 milhões

Também foram colocados no orçamento o valor que o Castelo de Windsor deixará de arrecadar no dia (normalmente, ele é aberto para visitas pagas de turistas), o preço do bolo (£ 50 mil, ou R$ 252,5 mil, feito pela Violet Balery, de Londres), as 20 trombetas de prata que anunciarão o início da cerimônia (£ 90 mil, ou R$ 454,7 mil), os convites e os cartões de agradecimento impressos pela gráfica britânica Barnard and Westwood (£ 203 mil, ou pouco mais de R$ 1 milhão), serviço de foto e vídeo (£ 17 mil, ou pouco menos de R$ 86 mil) e outros penduricalhos típicos de casamentos, como cabines de fotos, monitores para as crianças e shows de fogos de artifício.

E quem paga a conta do casamento real?

A família real pagará pela cerimônia e pela festa, com tudo que elas incluem – decoração, flores, música, comida, bebida etc. Meghan fez questão de pagar ela própria pelo vestido de noiva que usará, assim como Kate Middleton pagou R$ 1,2 milhão pelo seu vestido de noiva da grife Alexander McQueen, em 2011.

O vestido de noiva de Kate Middleton, da grife Alexander McQueen, custou R$ 1,2 milhão e foi pago por ela própria (Chris Jackson/Getty Images)

Já o custo da segurança, que é o maior de todos, será pago com os impostos dos cidadãos britânicos, e isso divide opiniões.

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Por um lado, o grupo político Republic, que pede a extinção da monarquia no Reino Unido, está revoltadíssimo e chegou a 30 mil assinaturas em uma petição que exige o detalhamento de cada libra gasta com a segurança.

Por outro lado, quem trabalha com turismo no país está com um sorriso de orelha a orelha. O casamento real atrai milhões de turistas do mundo todo, que gastam em comida, bebida, serviços e souvenires ligados ao casamento.

A indústria do casamento de lá também está feliz: os pedidos por cerimônias e festas de plebeus em castelos reais – que são alugados para eventos, sabia? – aumentaram desde o anúncio do noivado de Harry e Meghan.

A projeção é que o casamento real renda 500 milhões de libras (R$ 2,5 bilhões) ao Reino Unido, entre o dinheiro que as empresas ganharão e os impostos que o governo recolherá. Um lucro considerável!

Alguns dos souvenires feitos em comemoração ao casamento de Harry e Meghan: eles são vendidos como água e rendem um bom dinheiro ao Reino Unido (Jan Kruger/Getty Images)

De onde vem o dinheiro da família real britânica?

Dois milhões de libras está longe de ser pouco dinheiro, e tudo que sabemos sobre as funções da família real britânica inclui eventos oficiais, condecorações e serviço militar. Então de onde vem o dinheiro para pagar por um casamento tão luxuoso e pelos gastos do dia a dia, estimados em £ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão) por ano?

Uma parte vem da Concessão Soberana, uma comissão que a Rainha Elizabeth II recebe sobre os lucros gerados pelas visitas turísticas a propriedades reais, como o Palácio de Buckingham, e pelos aluguéis destes mesmos lugares para festas e eventos. A comissão é de 15% e paga sempre com dois anos de atraso.

Por exemplo: em 2013, o lucro foi de £ 267,1 milhões (pouco mais de R$ 1,3 bilhão), o que significa que em 2015 a Rainha recebeu pouco mais de £ 40 milhões (pouco mais de R$ 202 milhões).

Esse dinheiro paga por viagens, manutenção dos palácios em que os membros da família real moram, salários dos empregados, alimentação, roupas etc.

Rainha Elizabeth II: entre Concessão Soberana, Bolsa Privada e fortuna pessoal, ela garante o sustento da família real (Geoff Pugh - WPA Pool/Getty Images)

Outra parte vem da Bolsa Privada, que se refere a 18.433 hectares de terra que a Coroa Britânica aluga para fins de residência, comércio e agricultura. De 2015 a 2016, a Bolsa Privada rendeu £ 17,8 milhões (R$ 90 milhões).

Além disso, a Rainha tem uma fortuna pessoal estimada em £ 340 milhões (R$ 1,7 bilhão), que herdou de seu pai e já vem de dezenas de gerações dos Windsor.

Esse dinheiro não fica todo para Elizabeth: ele é dividido entre os membros da família real, em porcentagens determinadas legalmente.

Para saber mais sobre esse dinheiro todo, acesse o site das finanças reais britânicas. Eles são bem transparentes quanto aos gastos, para deixar claro que não são os “sanguessugas” que muitos imaginam.

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