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Minas f*das, patins e sororidade: conheça o roller derby

Tem pancadaria, mas também tem muito amor. O esporte mais #girlpower do mundo é também um dos mais inclusivos. E você está convidada a jogar! <3

Por Júlia Warken
Atualizado em 21 jan 2020, 19h03 - Publicado em 9 set 2015, 16h44

Imagine uma corrida sobre rodinhas que envolve obstáculos humanos e MUITA colisão. O roller derby é mais ou menos isso. São dois times e 10 meninas na quadra: quatro bloqueadoras (blockers) e uma atacante (jammer) em cada equipe. As jammers são as que marcam ponto e, para isso, precisam passar pelo bloqueio.

As minas ficam correndo em círculo pela quadra e a jammer marca ponto cada vez que ultrapassa uma adversária (mas os pontos só começam a contar depois que a jammer furar o bloqueio pela primeira vez). Ou seja, como tá correndo todo mundo junto, as blockers precisam fazer barreira para a jammer adversária ao mesmo tempo em que facilitam a passagem da sua própria jammer.

Parece complicado? Não é. Mas é rápido, e tem muita queda e hematomas no percurso. Por isso as partidas (chamadas de bouts) são divididas em tempos de 2 minutos (chamados de jams), com intervalos de 30 segundos entre eles, quando há possibilidade de substituição. Os times sempre têm 14 jogadoras: 5 na quadra e 9 no banco. Os bouts, por sua vez, são divididos em duas partes de 30 minutos.

Reprodução
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O esporte foi criado nos anos 1930 e, a princípio, era basicamente uma corrida. Só que a galera se empolgava mesmo era com a quebradeira, o que se tornou marca registrada do esporte. No início homens também praticavam, mas os times femininos empolgavam muito mais! A atitude das minas logo se tornou outra marca do esporte e hoje a modalidade é dominada por mulheres. Ali pelos anos 1980 o derby perdeu força, mas renasceu no Texas em 2001 e está atraindo cada vez mais adeptas pelo mundo.

Johnny Nikolaídis/Facebook/Gray City Rebels
Johnny Nikolaídis/Facebook/Gray City Rebels ()

O esporte chegou ao Brasil em 2009, quando a liga Ladies of Helltown foi montada em São Paulo. Desde então, mais de 20 times já foram fundados e hoje há cerca de 15 em atividade. “No derby sempre aparecem e somem ligas”, diz Lara Raineri, que é bloqueadora da Gray City Rebels (SP) e do Team Brasil (a seleção brasileira). Pois é, tem cada vez mais meninas se apaixonando pela modalidade, mas a falta de apoio e patrocínio ainda é o grande empecilho para que os times perdurem. “A gente faz eventos e ganha umas coisas, mas, na real, somos nós que bancamos aluguel de quadra, equipamento e viagens”, explica Julia Bonsai, jammer da Ladies of Helltown e do Team Brasil. “É do it yourself, não tem ninguém que te ajude. Entrar no derby é fácil, o problema mesmo é ficar”, diz Lara. Ou seja: tem que ter muito amor envolvido. E tem mesmo!

Julia Andrade/Facebook/Ladies of Helltown
Julia Andrade/Facebook/Ladies of Helltown ()

Apesar de ainda ser pouco apoiado e pouco conhecido pela maioria, o roller derby é um dos esportes que mais cresce no mundo. É fácil entender o motivo: ele é bonito de ser ver, é empolgante, inclusivo, tem a coletividade como marca e está fortemente ligado aos movimentos feminista e queer.  A crescente popularidade também se deve ao filme Garota Fantástica (2009), dirigido por Drew Barrymore e protagonizado por Ellen Page. Lara e Julia, por exemplo, contam que conheceram o derby através do filme. “Ver um bando de minas badass patinando com contato físico foi demais!”, relembra Julia.

Garota Fantástica (Whip It, no título original) é inspirado no livro homônimo, escrito pela jogadora americana Shauna Cross.

 

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Mas o derby é muito mais do que um bando de minas f*das a fim de dar porrada. Quem pratica garante: esse é o esporte mais democrático que há. “Muitas meninas começam a praticar porque elas não conseguiram se enquadrar em nenhum outro esporte. O derby é conhecido por abraçar todos os tipos físicos”, garante Lara. “É um esporte inclusivo e acho que isso empodera as mulheres. Sei lá, as minas se sentem mais f*donas quando jogam”, acrescenta Julia.

Para Lara, outro motivo para se apaixonar pelo esporte é o companheirismo que rola entre as atletas. “Exige muito envolvimento e você acaba criando uma segunda família. Você se dedica e quer ver dar certo. Por isso tem toda essa comunidade rollerdérbica que é muito acolhedora”. Ela também explica que homens são bem vindos nos treinos, mas que, logicamente, não podem competir pelas ligas femininas. “Se tiver homem o suficiente para montar um time, a gente monta. Mas ainda não tem”, explica. Os caras que se interessam acabam virando técnicos ou juízes.

Johnny Nikolaídis/Facebook/Gray City Rebels
Johnny Nikolaídis/Facebook/Gray City Rebels ()

São Paulo reúne hoje o maior número de adeptas no Brasil, mas há times espalhados por vários estados. E as moças daqui estão ganhando destaque! A Ladies of Helltown é atualmente a maior liga da América do Sul e o Team Brasil (fundado em 2011) já participou de duas copas mundiais. Atualmente as moças estão envolvidas nos preparativos do 2º Torneio Latino-Americano de Roller Derby, que rola em São Paulo entre 9 e 12 de outubro. O campeonato vai reunir sete ligas (duas do Brasil, três da Argentina, uma do Chile e uma da Colômbia) e também contará com amistosos entre as seleções do Brasil, Argentina e Chile. YOU GO, GIRLS!

Reprodução / Whip It
Reprodução / Whip It ()

Para saber mais sobre o torneio e sobre as ligas espalhadas pelo país é só entrar em contato com as meninas do Team Brasil pelo Facebook. 😉

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