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Coluna: “Trabalhamos mais tempo do que deveríamos”

Nossa colunista de carreira, Cynthia de Almeida, fala sobre o como o excesso de trabalho pode ser prejudicial à nossa produtividade

Por Cynthia de Almeida
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 22 mar 2016, 10h19

Agora que o carnaval passou, o verão está no finzinho e o ano começou oficialmente, é hora de pensar em trabalho. Ou melhor, é uma boa hora de repensar o trabalho. Isso mesmo: antes de se atirar sobre o seu como se não houvesse amanhã, pare, sente, respire e pense seriamente se não precisa de um… detox. Não estou falando de dieta alimentar, mas de um regime de restrição das horas que está acostumada a trabalhar.

Pode soar estranho, mas é uma ótima notícia: as empresas de vanguarda, grandes ou pequenas, assim como os líderes mais inovadores, chegaram à conclusão de que o mundo (isso, ele todo) trabalha mais tempo do que deveria, o que (surpresa!) é prejudicial à produtividade. Não, ninguém ficou bonzinho de uma hora para outra no reino do capital. As contas foram refeitas e (finalmente) notou-se algo óbvio de tão simples: os melhores resultados não dependem da quantidade de horas empregadas em um projeto, mas da qualidade delas. E também da existência de tempo livre para gerar boas ideias.

Se sempre foi assim, por que a cultura profissional nos apontou a direção contrária? Por que nos orgulhamos de dizer que “temos hora para entrar e não temos para sair” ou que “estamos 24 horas por dia disponíveis, física ou virtualmente, para o trabalho”; e, por outro lado, ninguém acha chique dizer que passa oito horas no escritório, nas quais faz o que precisa e depois vai embora cuidar de outros interesses? Por que nós também confundimos a relação entre tempo e qualidade?

Para responder a essas perguntas, vale avaliar a pesquisa sobre trabalho excessivo feita pela colunista do jornal inglês Financial Times Lucy Kellaway. Ela percebeu que as pessoas trabalham além da conta por quatro motivos. O primeiro é a competitividade: queremos ser melhores e fazer mais do que os colegas. Segundo, porque nos dispersamos durante a jornada e depois temos que ficar até tarde para terminar as tarefas – um estudo recente apurou que a produção média por pessoa em uma semana de 40 horas de trabalho é de uma hora e meia por dia apenas! Quer dizer, somos estressados e ineficazes. Além disso, algumas pessoas trabalham muito porque se energizam pela pressão que sua atividade provoca e gostam mais disso do que de sua vida pessoal. Finalmente, ficamos tempo demais atrás da mesa do escritório pelo status que isso dá. “Somos o que fazemos, e, quanto mais fazemos, mais somos”, conclui Kellaway.

O que está mudando – e, ao que tudo indica, para melhor – é que esse esforço estendido começa a depor contra seus adeptos, sejam eles empresas, sejam eles profissionais. Jornadas prolongadas e não efetivas são tidas como ocupação inútil. Pega mal para quem pratica, frustra quem contrata. Um dos gurus da efetividade versus tempo de trabalho, Timothy Ferris, autor do livro Trabalhe 4 Horas por Semana (Planeta), prega o detox da carga horária insana há algum tempo. Quando escreveu seu best-seller, em 2008, ele profetizou: no futuro, trabalho não será mais um lugar aonde você vai, mas algo a fazer. E fazer de verdade: com meta e efetividade para trabalhar menos e melhor. E reservar todos os minutos que sobram para realizar o que você quiser. O futuro, tomara, já chegou.

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